A Delta lançou hoje o primeiro café português totalmente produzido nos Açores, um arquipélago que tem “condições muito propícias” para ter uma produção de “extrema qualidade”, segundo revelou hoje o presidente executivo do grupo.
“O mais especial de tudo é tornar o impossível em possível. A Europa não tem condições climáticas e de terreno para produzir café. Aquilo que nós chamámos-lhe foi de ‘Impossible Coffee [Café Impossível]”, afirmou Rui Miguel Nabeiro em declarações à agência Lusa.
E acrescentou: “A Europa, sendo um dos maiores consumidores, não produzia café e agora tornou-se possível produzir café na Europa, em particular em Portugal e nos Açores”.
A Delta Cafés anunciou hoje em Lisboa o lançamento do lote de café dos Açores, que resultou de uma parceria entre o Governo dos Açores e a Associação de Produtores Açorianos de Café, que vai estar disponível nas lojas “Delta The Coffee House Experience”.
O diretor executivo do grupo lembrou que o “sonho” de produzir café em Portugal começou em 2018, aquando da entrada da empresa na International Coffee Partners.
Naquele ano, a Delta teve conhecimento da existência de pequenos produtores de café nos Açores e no ano seguinte promoveu um estudo para “perceber quais as espécies de café” mais propícias ao clima açoriano, uma investigação que resultou num relatório entregue ao executivo regional.
“Nestes últimos quatro anos, temos vindo a apoiar todos os pequenos produtores de café nos Açores. Nesta altura, como já há algum café, acabamos por conseguir, comercialmente, lançar um lote com 100% café português, 100% café dos Açores”, salientou.
O café agora disponibilizado é de espécie arábica, mas Rui Miguel Nabeiro destaca que as ilhas açorianas têm condições para produzir outros tipos de café.
“Os Açores têm um clima muito propício. É um clima muito húmido, com chuvas constantes e temperatura amena. A própria terra vulcânica, que pensaríamos que poderia dificultar a plantação, acaba por ter, ao fim desses últimos quatro anos de estudos, condições ótimas para a produção de pelo menos seis espécies de café”, afirmou.
O diretor executivo da Delta realça, contudo, que ainda existe “muito caminho a percorrer” para “estimular a produção de café” no arquipélago.
“O café que se vai produzir nos Açores é um café de especialidade, com um sabor muito próprio, com uma qualidade extremamente alta. Não vai haver grandes volumes, mas sobretudo um café muito, muito bom”, vincou.
Na cerimónia de apresentação, o presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) considerou a Delta como o “parceiro ideal” para aumentar a produção de café na região.
“Estamos a fazer história (…). Vamos fazer de Portugal um país de produção de excelência no café”, assinalou José Manuel Bolieiro.
O líder regional defendeu que os Açores devem apostar na “excelência” e na “dimensão do valor acrescentado”, em detrimento da produção em “quantidade”.
“O lançamento do café dos Açores honra a região, mas não representa um fim, antes o começo de uma nova etapa. Valorizo, enquanto presidente do Governo Regional e enquanto açoriano, o trabalho desenvolvido em parceria com a Delta”, afirmou Bolieiro.
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