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Poça Simão Dias: A piscina-aquário


Durante décadas, foi o segredo mais bem guardado de São Jorge, mas a Poça Simão Dias ganhou merecido reconhecimento.


Do ponto de vista cénico, esta piscina natural na ilha de São Jorge é um deleite para os olhos. A tranquilidade local (excepto nas "levadias de Agosto", quando o mar se torna mais revolto), o azul intenso do mar adjacente e os locais de apoio nas imediações tornam-na imprescindível para os viajantes. Para punir as revoltas contra a ditadura militar de 1931, o governo continental remeteu vários conspiradores para São Jorge, cuidando com isso que os estava a punir. Não poderia adivinhar que lhes estava a conceder uma estada numa das orlas costeiras mais paradisíacas do país.

A tranquilidade é assinalável e a geologia imponente. As formas e texturas do basalto são notáveis e levam o viajante a esquecer-se de que se encontra em pleno Atlântico Norte. Na orla costeira, as várias tonalidades de algas, principalmente na maré vazia, dão pinceladas de cor que enriquecem a magnífica tela da paisagem. A piscina natural é, na realidade, uma poça de água de boas dimensões em forma de “U”, onde se pode tomar um banho de “mar” com grande segurança. 

A “piscina maior” ultrapassa o comprimento de uma piscina olímpica e a água é renovada pelo mar com frequência, o que permite que, mesmo sem o uso de cloro das piscinas artificiais, a transparência seja sempre garantida. Colocando uma máscara de mergulho, conseguirá avistar a variada e rica fauna marinha, como num aquário de primeira qualidade.

Junto do porto da Fajã do Ouvidor, onde deve deixar o carro, existem outras piscinas naturais de menores dimensões e uma perspectiva fotogénica sobre o mar. Mas nem só de beleza vive o homem e, a juntar ao cenário natural e à água convidativa, não deve perder a oportunidade de degustar diferentes espécies de peixe. Dependendo das capturas da época, pode provar anchova, enxaréu, lírio, barracuda ou – no curto defeso – as amêijoas de São Jorge. Na costa virada a norte, quer na alvorada, com o Sol a elevar-se do mar, quer ao final do dia, com uma tranquilidade invejável, São Jorge nunca desilude. E os surfistas sabem-no há muito tempo. 

Repleta de encantos, a ilha continua a fascinar com as suas fajãs (as superfícies aplanadas da faixa costeira resultantes do desabamento de terras ou de derrames lávicos), característica geológica que incitou a UNESCO a classificá-la como Reserva da Biosfera em 2016 e a integrá-la mais tarde no Geoparque Açores.

in nationalgeographic.pt

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