Os turistas e locais que se desloquem à Lagoa de Fogo, na ilha de São Miguel, vão passar a pagar estacionamento se utilizarem o parque existente junto ao miradouro, segundo uma portaria do Governo açoriano publicada esta segunda-feira.
De acordo com a portaria n.º 62/2022, publicada em Jornal Oficial dos Açores, o incremento da atividade turística na região na última década “tem colocado alguns locais do património natural açoriano numa situação de elevada pressão, o que se verifica com particular intensidade na Lagoa do Fogo”.
Segundo a portaria, o “elevado número de visitantes, sobretudo na designada época alta, tem causado constrangimentos vários à circulação de pessoas e veículos e coloca em causa a qualidade da experiência e a sustentabilidade ambiental da reserva natural da Lagoa do Fogo”, sendo que “uma das questões mais prementes que urge disciplinar é a do estacionamento das viaturas dos visitantes”.
Assim, o executivo açoriano vai “desde já proceder à limitação do acesso ao estacionamento a título experimental, passando a cobrar uma taxa para estacionamento das viaturas no parque existente junto ao miradouro da Lagoa do Fogo”.
O estacionamento será cobrado “proporcionalmente ao tempo despendido no local, sendo expectável que os visitantes aí permaneçam menos tempo, diminuindo consideravelmente a pressão da visitação e o impacto ambiental da sua presença na reserva natural”, de acordo com a portaria.
O período de isenção de taxa será de 20 minutos, cobrando-se 80 cêntimos até aos 15 minutos, sendo que às restantes unidades de 15 minutos aplicam-se também 80 cêntimos.
A reserva natural da Lagoa de Fogo, área da Rede Natura 2000, encontra-se inserida e classificada no Parque Natural da Ilha de São Miguel nos termos do Decreto Legislativo Regional n.º 19/2008/A, de o8 de julho, e constitui “um dos mais importantes locais de interesse do património natural dos Açores e da ilha de São Miguel em particular”.
Entretanto, vai também ser construído um edifício no miradouro da Lagoa do Fogo.
Em novembro de 2019, o Governo Regional, então liderado pelo PS, apresentou um projeto para a requalificação do miradouro da Lagoa do Fogo, que projetava a criação de um novo ponto de acesso, localizado no interior da caldeira, através da construção de um túnel.
O executivo açoriano de então assegurava que a obra teria um reduzido impacto visual e respeitaria a reserva natural, mas o projeto mereceu contestação de associações ambientalistas.
O atual Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), que tomou posse em novembro de 2020, apresentou um novo projeto, em julho de 2021.
O secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Alonso Miguel, disse, na altura, que o novo projeto teria o “menor impacto ambiental e paisagístico possível”, sendo eliminados “o túnel a escavar no interior da vertente da caldeira da Lagoa do Fogo”, “o edifício que seria escavado no interior da vertente” e “os novos miradouros e plataformas na vertente da Lagoa”.
Fonte: Açoriano Oriental
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