TERCEIRA: UMA ILHA DE CORES, GENTES E TRADIÇÕES
A paisagem é marcada pela deslumbrante geologia vulcânica, por tradições populares cujas origens se perdem no tempo e por um legado histórico que se faz sentir por toda a ilha. Seja bem-vindo à Terceira!
DESCOBRIMENTOS, NAVEGADORES, GUERRAS E UM TERRAMOTO
Os portugueses estabeleceram-se na Terceira em 1450, após a descoberta dos Açores, no início da Era dos Descobrimentos. As primeiras povoações surgiram nas áreas de Porto Judeu e Praia da Vitória. Entre os séculos XV e XVIII, período de expansão das potências europeias, a ilha foi ponto de passagem obrigatória para as frotas marítimas que atravessavam o Atlântico rumo a África e à América.
A principal cidade é a histórica Angra do Heroísmo, fundada no século XV. Principal porto marítimo da Terceira, esteve no centro da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), já que era uma das principais bases do movimento liberal que se opunha aos apoiantes da monarquia absolutista. Em 1830, a rainha D. Maria II chegou mesmo a declarar Angra capital do país, situação que se manteve até ao final do conflito. ‘Heroísmo’ foi então acrescentado ao nome da localidade.
A capital da Terceira voltou à ribalta em 1980, pelas piores razões. O segundo maior sismo da história em solo português (7,2 na escala de Richter) devastou grande parte da cidade. A reconstrução demorou poucos anos e em 1983 chegou o reconhecimento como Património Mundial da UNESCO.
NATUREZA DE CORTAR A RESPIRAÇÃO
O ponto de partida para uma viagem pela ilha poderá ser precisamente o centro histórico de Angra, que preserva a traça da arquitetura do século XV. Alugue um carro e parta à descoberta de monumentos como o Museu de Angra do Heroísmo ou o velho Convento de São Francisco.
Muitos dos encantos da Terceira revelam-se quando saímos do centro urbano. Em Biscoitos, no concelho da Praia da Vitória, encontramos a origem do famoso Vinho Verdelho dos Biscoitos — no Museu do Vinho local pode aprender muito sobre esta tradição vitivinícola. Aqui poderá ainda refrescar-se na zona balnear, em piscinas naturais de origem vulcânica. Caso queira continuar a explorar a particular geografia desta ilha, pode seguir para a zona de Porto Judeu e dirigir-se ao Algar do Carvão. Esta chaminé vulcânica está localizada na Caldeira Guilherme Moniz, um vulcão adormecido. No interior, pode deslumbrar-se com as formações rochosas e as abóbadas cobertas com estalactites.
Em seguida, tem muito por onde escolher: as atrações naturais incluem ainda as conhecidas Furnas do Enxofre, perto da montanha do Pico Alto, o Pico Gaspar (outro antigo vulcão) e a Lagoa Negra na Caldeira de Santa Bárbara, bem no centro do Parque Natural da Terceira.
TRADIÇÕES POPULARES
Um dos traços que marca visivelmente tanto as povoações como as paisagens é a forte religiosidade. São muitos os exemplos, a começar pela Sé Catedral de Angra do Heroísmo, inspirada pelo estilo gótico.
No concelho de Santa Cruz, encontramos os Paços do Concelho e a Igreja Matriz da Praia da Vitória, dois exemplos de arquitetura manuelina que remontam ao século XVI. A Igreja Matriz da vila de S. Sebastião, por seu lado, destaca-se pelos portais góticos e restauro barroco.
O culto religioso é também o mote para muitas festas populares, principalmente as Festas do Espírito Santo. Comuns a todo o arquipélago dos Açores, ocorrem em várias povoações da Terceira entre maio e setembro. As Festas organizam-se em torno de capelas com o nome de "Império", geridas por uma “irmandade”, e incluem desfiles de cariz religioso, bem como carros alegóricos puxados por animais. A origem desta tradição, que é uma parte integrante da identidade local, perde-se no tempo e pensa-se estar associada à época da colonização das ilhas.
No concelho de Santa Cruz, encontramos os Paços do Concelho e a Igreja Matriz da Praia da Vitória, dois exemplos de arquitetura manuelina que remontam ao século XVI. A Igreja Matriz da vila de S. Sebastião, por seu lado, destaca-se pelos portais góticos e restauro barroco.
O culto religioso é também o mote para muitas festas populares, principalmente as Festas do Espírito Santo. Comuns a todo o arquipélago dos Açores, ocorrem em várias povoações da Terceira entre maio e setembro. As Festas organizam-se em torno de capelas com o nome de "Império", geridas por uma “irmandade”, e incluem desfiles de cariz religioso, bem como carros alegóricos puxados por animais. A origem desta tradição, que é uma parte integrante da identidade local, perde-se no tempo e pensa-se estar associada à época da colonização das ilhas.
SABORES INSULARES
Coloque ainda a dieta em pausa e prepare-se para as riquezas gastronómicas da ilha. A lista é imensa, destacando-se desde logo a alcatra. Esta carne de vaca cozinhada lentamente desfaz-se à primeira garfada e acompanha tradicionalmente com o pão de massa sovada. Com tanto mar à volta, não podia faltar o peixe. Na Terceira, a estrela é o boca negra, que encontra nos menus da maioria dos restaurantes. Para sobremesa a ilha oferece um delicioso arroz-doce, iguaria típica das Festas do Divino Espírito Santo. Em alternativa, experimente o doce de vinagre. O nome está longe de ser atrativo, mas não se deixe enganar. Este ex-libris da doçaria insular é tão afamado quanto delicioso.
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