segunda-feira, 2 de maio de 2022

Últimas imagens de satélite não revelam qualquer deformação significativa em São Jorge



Segundo o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) a crise sismovulcânica que se tem vindo a registar na ilha de S. Jorge desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março se mantém, estendendo-se, grosso modo, ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, desde a Ponta dos Rosais até à zona do Norte Pequeno – Silveira.


O sismo mais energético desta crise ocorreu no dia 29 de março, às 21:56 (hora local = UTC), teve epicentro a cerca de 2 km a SSW de Velas e uma magnitude 3,8 (Richter). Até ao momento foram identificados cerca de 263 sismos sentidos pela população.

Ao longo do dia 28 de abril, a análise preliminar dos registos sísmicos permitiu contabilizar cerca de 67 eventos (um dos quais sentido), tendo a atividade sísmica diminuído em relação ao observado no dia anterior. Entre as 00:00 e as 22:00 de hoje, dia 29 de abril, foram contabilizados aproximadamente 124 eventos. A maioria dos sismos registados até ao momento são de baixa magnitude e evidenciam uma origem de natureza tectónica.

O CIVISA informa ainda que, a desde do dia 21 de abril, projeta no seu portal todos os sismos da crise sismovulcânica de S. Jorge que tenham localizações mais precisas e com magnitude igual ou superior a 1,5.

A campanha de medição de gases e temperatura no solo que o CIVISA vem desenvolvendo desde o início desta crise na área epicentral não resultou, até à data, na identificação de qualquer anomalia, continuando os levantamentos de campo a decorrer nos próximos dias.

No âmbito da monitorização geodésica, o CIVISA, em colaboração com outras entidades, reforçou a rede de observação baseada em estações GNSS e continua a proceder ao tratamento de imagens de satélite. Os últimos dados disponíveis não revelam qualquer deformação significativa.

A integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir a ocorrência de uma intrusão magmática em profundidade.

O CIVISA alerta para a possibilidade de ocorrência de sismos que podem atingir magnitudes mais elevadas do que as registadas até ao momento, assim como para o perigo de ocorrência de derrocadas potenciadas pela atividade sísmica. Existe a possibilidade real de se poder vir a registar uma erupção vulcânica, mas não há evidências de que tal esteja iminente.​, sendo que mantem-se o alerta V4.

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