Está em cima da mesa a decisão de classificar como PIR (Projeto de Interesse Regional) a instalação de um hotel de quatro estrelas no Palácio de Santa Catarina, propriedade da Diocese de Angra.
O edifício está classificado como monumento, pela resolução n.º 64/84, de 30 de janeiro, da Presidência do Governo.
Segundo adiantaram fontes ao DI, a transformação do palácio num hotel permitirá a sua recuperação e insere-se na visão para a ilha Terceira defendida no Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores. Este coloca o património e a cultura como subprodutos aliados ao produto Natureza.
Trata-se de uma unidade hoteleira com capacidade para 65 camas e com 35 quartos, 28 duplos, cinco individuais e duas suites.
O projeto prevê a criação de um museu de Arte Sacra, zonas de lazer e salas para realização de eventos. É promovido pela empresa D.A. - Turismo e Serviços, Unipessoal, Lda., que tem como sócio único a Diocese de Angra.
DI contactou o cónego Ricardo Henriques, porta-voz da Diocese de Angra, que não quis comentar o assunto.
O hotel irá estabelecer parcerias com empresas locais para criação de um roteiro turístico inspirado no património religioso da ilha Terceira.
Este investimento, de mais de 3,2 milhões de euros, deve resultar na criação de 16 postos de trabalho a tempo inteiro.
A candidatura para classificação do projeto como PIR - Projeto de Interesse Regional deu entrada na SDEA ainda a 30 de dezembro de 2019.
O "Hotel Palácio Santa Catarina" deverá agora ser reconhecido como PIR, classificação válida até 2024.
Turismo religioso e cultural
Numa entrevista recente ao DI, o presidente da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, Marcos Couto, defendeu que a ilha Terceira tem um grande potencial turístico, mas que a oferta tem de ser estruturada.
No caso da Terceira, a trilogia é História, Cultura e Turismo. "Qual é o produto da Terceira? Essa é a grande questão. A Terceira tem um produto fortíssimo ao nível da História, da Cultura e da Gastronomia. Nenhuma outra ilha, com todo o respeito que tenho por todas elas, tem a História, a Cultura ou a Gastronomia que a Terceira tem", lançava o presidente da Câmara do Comércio.
Em março de 2016, o DI chegou a noticiar que um grupo de investidores que estava interessado em comprar o Palácio de Santa Catarina, no Pico da Urze, desistira.
No final de 2014, a Diocese de Angra pediu autorização à Santa Sé para vender o edifício.
O imóvel é um palacete do século XVII, adquirido por D. Manuel Afonso de Carvalho para residência oficial do Bispo de Angra, mas desde o seu episcopado nenhum bispo o utilizou como residência.
in, Diário Insular, 06 de Agosto / 2021
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