Açoriana é o maior jovem talento de Portugal
Em novembro deste ano, Sara Cruz contou à NiT que queria construir um estúdio de música nos Açores onde pudesse criar as suas canções de forma livre, sem a pressão de ter de pagar por cada hora de trabalho — como costuma acontecer nos estúdios profissionais onde são gravados os discos. Esta quinta-feira, 12 de dezembro, a jovem talentosa de Ponta Delgada ficou mais perto de concretizar o seu sonho: venceu o concurso New Talent, promovido pela NiT, TVI e Santa Casa da Misericórdia, e vai receber uma bolsa especial de 10 mil euros.
Sara Cruz foi eleita através de uma votação online e ficou em primeiro lugar numa lista com dez jovens talentos finalistas e que se têm destacado na área do lifestyle. Além do talento, todos têm menos de 27 anos. O vencedora foi anunciada esta quinta-feira, 12 de dezembro, numa gala que se realizou na Casa do Impacto, em Lisboa.
“Tenho a certeza que isto é um ponto de viragem na minha carreira”, assumiu Sara na cerimónia de entrega do prémio, depois de se mostrar em choque por ouvir o seu nome anunciado como vencedora do concurso. “A única coisa que posso dizer às pessoas que votaram é mim é obrigado”, sublinhou.
A cantora e compositora começou a aprender música quando tinha apenas sete anos, depois de os primos lhe oferecerem uma bateria. O pai, que teve uma banda de garagem quando era mais novo, passou-lhe as noções básicas de ritmo e de composição. Sara gostava tanto de música que no Natal seguinte recebeu uma guitarra clássica — que se tornaria o seu instrumento favorito até hoje.
O curso — e o estágio que fez mais tarde na rádio Antena 1 — são o plano B da compositora. Nesta fase da vida, ela só quer mesmo investir na carreira musical. O prémio de 10 mil euros que recebeu do NiT New Talent vai ser usado para abrir o seu pequeno estúdio, onde poderá “experimentar diferentes sons” e perceber que outros caminhos quer explorar como artista.
Conseguir que a sua música viaje para fora da ilha açoriana é outro dos grandes objetivos de Sara Cruz. A cantora diz que o som que inventa é uma mistura de indie, folk e pop. Os temas surgem a partir das experiências que vive, como amores, desamores e situações do quotidiano. “É muito autobiográfico, mas sem ser uma página de diário”.
Por enquanto, Sara Cruz vai atuando em bares e espaços mais intimistas, mas também já enfrentou palcos maiores e abriu os concertos de várias bandas nacionais, como Amor Electro, Xutos & Pontapés, Diogo Piçarra e Simone de Oliveira. No Festival Maré de Agosto, na ilha de Santa Maria, por exemplo, foi convidada pela cantora brasileira Maria Gadú para cantar uma música ao seu lado.
Ainda assim, o facto de viver nos Açores tem vantagens e desvantagens. A parte boa é que, por ser um território mais pequeno, é mais fácil aparecer e apresentar o seu trabalho. Por outro lado, é difícil expandir a música e dar um salto para Portugal continental e de lá para o mundo. Um dia, quem sabe, talvez venha conhecer a John Mayer, que é apenas um dos vários artistas com quem sonha colaborar.
Fonte: Nit.pt
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