sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Há exatos 62 anos começava a erupção do Vulcão dos Capelinhos.



Há exatos 62 anos, às 06h45 do dia 27 de setembro de 1957, a 100 metros a nordeste dos ilhéus dos Capelinhos, começava a erupção do Vulcão dos Capelinhos.
Durante 13 meses, entre 27 de setembro de 1957 e 24 de outubro de 1958, a erupção dos Capelinhos afetou os Açores. Provavelmente esta atividade terá sido uma sobreposição de duas erupções distintas, uma começada a 27 de setembro de 1957, e a segunda, a 14 de maio de 1958. A partir de 25 de outubro, o vulcão entrou em fase de repouso.
Quando o vulcão entrou em erupção, a população ficou em pânico. Havia que se encontrar soluções no estrangeiro, visto como um lugar seguro. Assim, um movimento de emigrantes nos EUA começou a fazer pressão junto dos seus governantes para que se alargasse a quota regular de imigração estabelecida para açorianos.
Foi neste cenário, que os democratas John F. Kennedy, na época, senador pelo estado de Massachusetts, e John Orlando Pastore, senador de Rhode Island, trabalharam juntos para apresentar uma lei que permitisse a entrada de mais açorianos sinistrados. Depois de apresentada em Congresso a 4 de junho de 1958 pelo Senador Pastore, onde foi aprovada, a 2 de setembro de 1958, o Azorean Refugee Act foi promulgado pelo Presidente Eisenhower. Segundo o também chamado Kennedy-Pastore Act eram concedidos 1 500 vistos aos chefes de família, incluindo os seus dependentes, vindos da ilha do Faial e que emigrassem até 30 de junho de 1960. E antes mesmo do fim da data, já os 1 500 vistos tinham sido dados, fazendo, então, com que fosse feita uma nova emenda e alargado o número de vistos a 2 000, a serem usados até junho de 1962.
Segunda esta legislação, os faialenses e os picarotos eram considerados pessoas deslocadas. Embora esta lei fosse chamada Azorean Refugee Act, e, assim, os açorianos eram considerados “refugiados”, o seu estatuto era diferente do descrito na Convenção das Nações Unidas de 1951, pois eram vítimas de catástrofe natural. Não foram incluídos na lista de refugiados típicos, o que permitiu a sua completa aculturação nos EUA.

Fonte: Francisco Miguel Nogueira

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