André João Teves Rocha é um jovem natural do Lugar da Atalhada, em Nossa Senhora do Rosário, Lagoa, tendo nascido a 17 de julho de 1995. Filho de Helena de Jesus Oliveira Teves e de João Luís Sousa Rocha, o popularmente conhecido jovem “Rochinha” não tem irmãos.
Em declarações exclusivas ao jornal Diário da Lagoa, André “Rochinha”, como é conhecido por todos, afirma que a sua formação começou e passou sempre pelos clubes da sua terra, pela Lagoa.
“Primeiro, comecei, na altura, no Sport Lagoa e Benfica, isto com 12 anos apenas. Depois, mudei para outro clube, onde fiquei lá até aos 16 anos, que foi a Atalhada Futebol Clube, sendo que, depois, dei o maior salto na minha formação, digo isto porque foi no Operário onde aprendi com os melhores. Foi aí que conseguiram tirar o melhor de mim. Infelizmente, o Operário, no ramo de futsal, já não existe, mas é, e será sempre, o clube do meu coração, onde eu estarei sempre grato aos treinadores e às pessoas que me deram oportunidades importantes para que eu conseguisse os meus objetivos pessoais. Foi de lá que saí melhor, como jogador e como pessoa”, diz-nos André Rocha.
Ainda relativamente aos primeiros anos na Lagoa, o mesmo não guarda “más memórias”, guardando somente uma certa pena que o Operário, na secção de futsal, tenha deixado de existir. Contudo, relativamente às boas memórias, as mesmas são imensas, sempre com a Lagoa, sua terra, como pano de fundo.
“Termos sido campeões nos sub-20 no Operário de Futsal, ter ainda tido a oportunidade de ter jogado dois jogos na primeira divisão de futsal, onde num deles fiz um golo, isto com 18 anos, e, por fim, as pessoas com quem partilhei o balneário, levamos sempre as amizades para a vida toda”, frisa André “Rochinha”.
Mas este jovem desportista lagoense não se ficou por aqui, tendo dado, a determinada altura, um grande salto para a Europa, nomeadamente para um país bem distante: o Chipre.
“O salto para a Europa ocorreu através de um amigo meu que joga futsal no estrangeiro há muitos anos que me contatou e falou-me acerca da hipótese de ir jogar para o Chipre, porque precisavam de um sub-20. Ainda levei uns dias com receio para aceitar a proposta, isso porque era muito novo, e porque para ir dos Açores para o Chipre com 20 anos, sozinho, era complicado, mas não me arrependo de nada até hoje porque a vida é para ser vivida”.
No Chipre, com efeito, viveu em Larnaca, onde jogou no clube Anorthosis. Aí apontou, registe-se, 12 golos, a maioria deles golos importantes, como, a título de exemplo, contra o principal rival Apoel Nicósia, onde conseguiu, o lagoense “Rochinha”, empatar mesmo no fim da partida. Mais tarde, deu outro salto, desta feita para França, onde viveu em Lyon, jogando no Martel Caluire. Aí, no Martel, fez talvez das suas melhores épocas desportivas até então, tendo apontado 25 golos.
Após a França, partiu para o Luxemburgo, onde alinhou pelo A. S. Sparta Dudelange, um pequeno país, mas cheio de emoções à mistura: apontou, o ano passado, 33 golos, tendo sido das suas melhores épocas. Este ano mudou de equipa, irá jogar no Racing Futsal Luxembourg, concretizando, pela primeira vez, e apenas no seu segundo ano nesse país que é o Luxemburgo, o seu sonho de jogar na Liga dos Campeões de Futsal – a UEFA Futsal Champions League.
Recorde-se que a equipa em que André Rocha joga atualmente disputou a fase preliminar da UEFA Futsal Champions League ficando colocada no Grupo E juntamente com o FC Murexin Allstars Wiener Neustadt (Áustria), o Sparta Belfast (Irlanda do Norte) e o TSV Weilimdorf (Alemanha). A ronda preliminar disputou-se, com efeito, entre 27 de agosto e 01 de setembro.
Sobre a UEFA Futsal Champions League, “Rochinha” diz ser “um sonho”, acrescentando que era “um objetivo que tinha metido em mim próprio desde que vim para a Europa”.
Mas nem tudo foram rosas neste percurso glorioso pela Europa, tendo passado, “Rochinha”, também pela Itália, sem que as coisas tenham corrido propriamente bem.
“São obstáculos que enfrentamos pela frente, que nos servem para sermos melhores como pessoas e crescermos na nossa vida. Um deles talvez foi quando fui para Itália. A coisa não correu bem e tive lá um mês e meio, talvez, e a equipa não tinha dinheiro para nos pagar e, para além disso, estava com uns problemas grandes nos Açores e só pensava em voltar, mas, graças a Deus, tudo passou e o caminho continua”, considerando que, talvez, uma das suas melhores recordações que guarda até hoje reside precisamente no Chipre.
“Boas memórias são, talvez, as pessoas que conheci pelos países que passei, como, por exemplo, o Anorthosis era considerado um grande no Chipre e todo o sítio por que passava as pessoas cumprimentavam-nos, queriam tirar fotos connosco e a maneira que ajudavam o clube era incrível, e isso nunca mais me vai sair da cabeça”, frisa.
Um dia, não obstante o sucesso que tem tido lá fora, pensa “voltar a casa”, não sabendo “quando”, até porque “a minha história não vai acabar aqui”. Pensa voltar, assim, às origens, onde ganhou o gosto pelo desporto que o fez crescer: e a isso tem muito a agradecer a uma pessoa em particular.
“O gosto pelo Futsal, sou sincero, tenho muito agradecer ao senhor Vítor Santos, ele é que me levou para o Futsal e tenho um carinho especial por ele, ele sempre lutou pelo Futsal da Lagoa e dos Açores e, a partir daí, eu quis sempre o Futsal, foi amor à primeira vista, digamos assim. As minhas referências sempre foram Ricardinho (o melhor do mundo), que é quase para toda a gente uma referência, depois tenho outros, como o Bateria que joga em Espanha, e até o nosso grande jogador açoriano, o Minhoca, ele que vai ser sempre o melhor dos Açores e nunca haverá outro como ele. Acho que ele é uma referência para todos os açorianos”, termina.
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