Ana Margarida da Silva nasceu na freguesia das Angústias, ilha do Faial. Tem 29 anos. Hoje vive no Reino Unido.
“Eu vivo em Londres há cerca de três anos e três meses, não tenho atelier físico uma vez que todas as peças que efectuo são exclusivas e compradas por clientes particulares. No entanto, não trabalho só com a minha marca também trabalho com a marca internacional Killstar que vende ao nível mundial. É uma marca mais comercial e especifica quanto ao público. Nela desenho de tudo desde sapatos, malas, óculos, joalharia, malas, carteiras, acessórios para o cabelo, chapéus, roupa interior, roupa de mulher, roupa de homem”.
Depois de conhecida a sua participação na Semana da Moda em Nova Iorque, conta-nos um pouco da sua história:
“Eu acabei a minha licenciatura em Design de Moda e Têxtil em Julho de 2010. Nessa mesma altura decidi que queria começar a minha própria marca de nome Anna Margarette”, e a escolha deste nome aconteceu “ porque na altura eu queria algo característico, algo que não existisse enquanto marca de vestuário e que pudesse um dia vir a destacar-se na indústria.
Comecei a Anna Margarette com um desfile na ilha do Faial, na marina da Horta, que até hoje me marcou pelo apoio e quantidade de gente que assistiu.
Seguidamente, comecei o meu mestrado em Design de Moda na Faculdade de Arquitectura de Lisboa, que viria a ocasionar muitas mais oportunidades, das quais destaco a participação em Fashion Five, Guimarães - Amostra dos melhores alunos de moda de cada Universidade a nível internacional, onde apresentei uma mini colecção de 5 coordenados em desfile; a presença na Jovens Criadores Portugueses, Lisboa, a Apresentação Nacional dos Melhores Jovens criadores a nível nacional, tendo apresentado a minha colecção de 8 coordenados em desfile; International Fashion Showcase, London Fashion Week - Competição Mundial de Designers de Moda emergentes a nível mundial através de um showcase integrado na London Fashion Week, em que representei Portugal. Este showcase ocorreu na Embaixada Portuguesa em Londres e em 50 países Portugal ficou classificado em 7º lugar”.
Ana Margarida também participou na Feira Internacional de Lisboa/ Lisbon Design Show - no Parque das Nações, e nesta altura expôs para venda ambas as suas colecções e lançou a sua a primeira colecção de acessórios em madeira, assim como apresentou a sua colecção Speechless na Lisbon Design Show, integrada na FIL.
Após a FIL e 6 anos de Anna Margarette, como revela, “decidi que seria altura para crescer como designer de moda e mudar de país. Foi então há 3 anos e três meses que decidi ir para Londres à procura de conhecimento e contactos. Nessa altura decidi pôr um pouco em pausa a minha própria marca e trabalhar para outras marcas como a Boy London, Boy by Boy (na qual apresentámos duas colecções na London Fashion Week), Betty Blue (supplier), Disturbia e por fim Killstar.
Quando comecei a trabalhar na marca Killstar, achei que era tempo de voltar à minha marca Anna Margarette e voltar a focar-me um pouco mais na minha visão enquanto designer de moda”
Em Maio deste ano, viu no Instagram que designers de moda emergentes de todo o mundo podiam concorrer para apresentar a sua colecção na Semana de Moda de Nova Iorque, sendo que só os melhores seriam escolhidos. “Cerca de 70 designers de moda a nível mundial foram escolhidos e eu fui uma das escolhidas”, diz satisfeita, porque “a história de como tudo se passou foi um tanto inesperada. Isto é, concorri a pensar se não for escolhida tento para o ano que vem, porque era um dos meus sonhos. Passaram-se dois meses e recebi um e-mail a dizer que seria um prazer ter-me na Semana de Moda de Nova Iorque a apresentar a minha colecção. Quando li não acreditei que fosse verdade até falei com uma das minhas colegas de trabalho e disse que não podia ser verdade. Sempre pensei que só iria apresentar quando tivesse 40 anos, pela dificuldade que é de apresentar uma colecção nessa semana de moda.
Ao conversar com a organização e ao ler o contrato apercebi-me de que era verdade e que tinha apenas dois meses para apresentar uma colecção na semana de Moda de Nova Iorque.
Não tendo tempo, não tendo apoios financeiros e estando a trabalhar para uma outra marca de roupa em paralelo não podia elaborar uma colecção desde o começo e foi então que decidi que podia apenas apresentar a colecção que mais significado teve para mim não só porque expõe toda a minha criatividade e ousadia em novas formas mas também porque foi principalmente inspirada ilha do Faial, nomeadamente a marina da Horta e as aves faialenses”.
Chegada a Nova Iorque “tinha já a percepção de que iria ser um evento que me iria deixar super ocupada uma vez que haviam horários e tarefas a cumprir para com a organização de nome Flying Solo.
No primeiro dia tive de deixar todas os coordenadas da colecção no edifício da organização. O segundo dia foi sem dúvida o mais ocupado uma vez que experimentei as roupas nos modelos e efectuei o styling dos acessórios com as roupas e os sapatos. O terceiro dia foi exclusivamente para entrevistas com os media internacionais e o quarto o tão esperado dia do desfile”.
Quanto ao feedback não podia ser melhor. “Foi extraordinário, recebi imensos comentários positivos em relação à colecção, especialmente de influenciadores da moda, de designers de moda e de jornalistas da moda. Também estabeleci contacto com um dos stylists de celebridades que disse que gostaria de vir a trabalhar comigo por ter peças tão exclusivas”, regista.
De futuro, Ana Margarida prevê “a oportunidade de expôr as minhas colecções para venda em Nova Iorque.Tudo dependerá do acordo entre mim e as lojas em questão”.
Fonte: Correio dos Açores
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