segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Queijaria nos Açores leva clientes a ordenhar vacas




Os turistas e locais vão poder ordenhar vacas nos Açores, na exploração agrícola de onde é retirado o leite para produzir os queijos das Furnas, com recurso à agua mineral do vale, num projeto da Queijaria Furnense.
Paula Rego, empresária de 20 anos, proprietária daquela queijaria criada há três anos na ilha de São Miguel, explicou à agência Lusa que vão ser abertas inscrições para quem quiser ordenhar os animais e beber leite fresco.

"Os turistas e os locais vão ter a oportunidade de tirar o leite das vacas, provar o produto fresco do dia, o nosso queijo e o bolo lêvedo", tradicional das Furnas, disse a empresária, acrescentando que os clientes podem também conhecer a Lola, uma cabra que é a "mascote da exploração".

Criar uma queijaria foi a forma encontrada pela jovem de gerar uma mais-valia para a exploração agrícola da família, face às dificuldades com que os produtores dos Açores estão a enfrentar na sequência do desmantelamento das quotas leiteiras por parte da União Europeia e consequente queda do preço do leite.

A jovem empresária - que não abdica desde a infância de ordenhar as vacas do pai - refere que este projeto pretende "promover a interatividade com todo o processo", que contempla também uma viagem à queijaria para os clientes aprenderem como se faz o queijo.

Paula Rego afirma que foi por pressão dos próprios clientes que o projeto nasceu, tendo sido já possível levar algumas pessoas à exploração, a título experimental, e a forma como reagiram foi "muito positiva".

O produto da Queijaria Furnense, que já recebeu vários prémios, apresenta-se em cinco variedades: meia cura, amanteigado, com orégão, tomilho e alho, nos formatos de 250 gramas, 500 gramas e um quilo.

O seu mercado alvo não são as superfícies comerciais, mas espaços de produtos `gourmet` e outros locais de excelência na região, no país e estrangeiro, indicou a jovem empresária.

Face à procura do produto, a queijaria teve de ampliar a sua unidade de produção, laborando dois mil litros de leite por dia, o que se traduz em 520 queijos diários.

Paula Rego, que expandiu o negócio e hoje produz também bombons de queijo e chocolate, estando previsto lançar em breve queijadas de nata com sabor a queijo.

A jovem reconhece que a imagem de qualidade dos seus produtos está também associada à beleza da paisagem das Furnas, bem como à sua qualidade ambiental, além de ser a "sala de visitas" de São Miguel e dos Açores.

A exploração do pai de Paula Rego integra os produtores certificados do programa Vacas Felizes, do grupo BEL, que "garante a pastagem 365 dias por ano e os mais rigorosos critérios de qualidade, sustentabilidade e bem-estar animal", tendo estas práticas sido premiadas.

in www.rtp.pt

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