Há carne que se desfaz, há enchidos estaladiços, há peixe fresquinho, há vinho da região, há cerveja artesanal com homenagens e, claro, há doces dignos de encerrar uma refeição.
Se o próximo destino de férias for a ilha Terceira, nos Açores, prepare-se para banquetes fartos, apurados e cheios de história, onde não entram dietas ou planos de perda de peso. Não terá hipótese: são comidas e bebidas tradicionais que não acabam e que não vai querer parar de provar. Nós garantimos: a MAGG passou três dias nesta ilha açoriana a dar garfada atrás de garfada, em refeições que se estenderam durante horas, porque quando a comida e a bebida são boas, o tempo fica suspenso e a vontade de sair da mesa é pouca.
Ao passar por esta ilha, reserve tempo para comer. E prove estas 14 especialidades, onde há sugestões de carne, peixe, sobremesas e bebidas.
1. Alcatra
Uma carne de vaca cozinhada tão lentamente que se desfaz à primeira garfada. É o prato de carne mais tradicional da ilha Terceira e pode provar-se em muitas casas. Mas a sugestão vai para o restaurante típico a Caneta, na freguesia de Altares, em Angra do Heroísmo. Prepare-se para uma alcatra que chega à mesa em panelas ainda quentes, emersa num molho bem apurado, com o sabor de especiarias a que se faz uso recorrente nesta ilha, como é o caso da pimenta da Jamaica.
Até pode pedir o arroz ou as batatas, mas aqui o acompanhamento é outro e bastante menos provável aos olhos de quem não vive nas ilhas: um pão doce muito popular nos Açores, o de massa sovada (que torrado e com manteiga também não vai nada mal ao pequeno-almoço). A junção dos sabores intensos da alcatra e o adocicado deste pão podem soar a estranho, mas é provar e comprovar que se trata afinal de uma boa conjugação.
2 e 3. Linguiça e morcela
No restaurante Ti Choa, na Serreta, chegam-nos à mesa pratos recheados de enchidos estaladiços e autênticos. A linguiça e a morcela são pedido obrigatório, sob o risco de não querer mais nada, porque não se vai fartar. A acompanhar há pão de milho.
4 e 5. Molho de fígado e torresmos cabinho
Ainda estamos no Ti Choa. O molho de fígado, um prato de porco muito tradicional na ilha, é apreciado até por quem não gosta de fígado, garante-nos Delisa, uma das proprietárias da família Cardoso, à frente do espaço há cerca de 13 anos. É feito com carnes e fígado de porco, emersos num molho onde há alhos pisados, vinho branco, vinagre, cravinho, louro e pimenta.
Os torresmos de cabinho também não podem faltar. Podem funcionar como prato principal ou como petisco — sobretudo, se conjugar com todas as opções anteriores, que são servidas neste restaurante, em conjunto, numa espécie de menu degustação. É feito com a parte maior e mais gorda do entrecosto de porco, cozinhado lentamente.
6. Boca negra
Os Açores são conhecidos pela ótima carne, mas o arquipélago é formado por ilhas. Onde há ilhas há mar, e onde há mar há peixe. Dentro desta secção na Terceira, tem de provar o robusto boca negra. O nome não se deve à sua cor, tanto que ele é vermelho e branco. Deve-se, sim, à sua grande e escura boca. Aqui nos Açores encontra-se esta espécie em modo fresco e acessível. Está em todo lado, desde restaurantes de rua aos dos hotéis.
7. Veja
O restaurante Beira-Mar é paragem obrigatória em São Mateus, na Terceira. Neste restaurante há peixe fresco e de qualidade, característica visível na montra que expõe as diferentes espécies. Aproveite para provar aqui um dos peixes mais tradicionais da ilha, o veja ou peixe-papagaio, nome atribuído por causa do seu bico.
8. Queijada D. Amélia
No departamento das sobremesas, prepare-se para ver as queijadas D. Amélia em todo o lado, um doce típico e produzido na Terceira, onde se destacam a noz e a noz moscada. Este bolo, com forma de queijada, é a evolução daquele a que se dava o nome de Bolo das Índias, em que utilizavam muitas das especiarias que os marinheiros traziam das viagens à Índia. A homenagem à rainha D. Amélia nasceu em 1901, depois de ela, juntamente com D. Carlos, terem passado pela ilha.
9. Doce de Vinagre
O nome pode não ser o mais apetitoso, mas à primeira colherada a coisa muda de figura. Garantimos-lhe: apesar da sua constituição incluir vinagre, há neste doce tradicional terceirense mais do que isso: açúcar, leite, ovos e ervas doces. Vai encontrá-lo na carta de sobremesas de todos os restaurantes típicos da ilha.
É na Quinta dos Açores, onde há iogurtes, queijos e carnes produzidos na ilha Terceira, que também vai encontrar gelados caseiros, feitos aqui mesmo — e que também já chegaram a Lisboa. Produzidos com leite e natas açorianos, há sabores pouco comuns e muito tradicionais. Prove um (ou vários) destes: gelado queijada D. Amélia, queijada da Graciosa, queijada Vila Franca, queijo de São Jorge, doce de figo e banana.
11. Queijos Vaquinha
Tradicional, da ilha Terceira, picante, fresco, com pedaços de frutos do bosque. Opções de queijo não faltam na casa do Queijo Vaquinha, uma fábrica artesanal e café localizada nas Cinco Ribeiras, em Angra do Heroísmo. Com uma esplanada simples e sossegada, com vista para o mar, é uma excelente paragem para comer, relaxar e refletir sobre os queijos preferidos, aqueles que vai querer comprar e trazer para o continente.
12. Cerveja artesanal Brianda
Brianda Pereira é assim uma espécie de guerreira da Terceira, uma lenda que nasce nos tempos em que o povo desta ilha, então sede da monarquia portuguesa, resistia ao domínio espanhol. É também quem dá nome e cara à cerveja artesanal aqui produzida, disponível em vários restaurantes mas também à venda nos supermercados. O sabor é adocicado, como é costume sempre que a produção é mais rústica e menos massificada.
13. Vinho Verdelho
O cultivo da uva no arquipélago é quase tão antigo como a época em que se iniciou o seu povoamento, aquando da sua descoberta pelos navegadores portugueses. O Verdelho (uma casta muito tradicional e antiga) açoriano existe em várias ilhas, incluindo na Terceira. E é para provar — e para acompanhar algumas das iguarias que sugerimos acima.
14. Kima
O refrigerante mais famoso dos Açores sabe a maracujá e está à venda em todos os restaurantes, cafés ou supermercados. Não é terceirense — é produzido em São Miguel, na fábrica Melo Abreu — mas é um produto muito açoriano e, portanto, um refresco a considerar.
in magg.pt
O boca negra também já vai aparecendo no continente - com o nome de cantaril :)
ResponderEliminarO restaurante chama-se "O Caneta" e a alcatra não é servida em panelas, mas sim, em alguidares de barro. A Kima de maracujá, não é da Ilha Terceira.
ResponderEliminarE a galinha frita da casa da galinha ;)
ResponderEliminar