sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
Chef Justa Nobre cruza nos Açores produtos da região com influência transmontana
A chef Justa Nobre encontra-se na ilha de São Miguel, onde promove, esta sexta-feira, um jantar de influência transmontana, mas idealizado com ingredientes açorianos, que diz serem “mais naturais” que os do continente.
É nas suas origens, em Trás-os-Montes, que a chef encontra a inspiração para os pratos que traz hoje à ilha de São Miguel, mas foi no mercado da Graça, no coração de Ponta Delgada, que encontrou na manhã de quinta-feira os ingredientes que vai utilizar para o jantar que dará num restaurante em Rabo de Peixe.
Pela ementa vão passar os cuscos transmontanos com marisco, que acompanham o peixe fresco, do dia, bem como um carré com batata doce e chalotas.
Os pratos são transmontanos, mas os ingredientes têm origem açoriana, como a batata doce, o funcho, o peixe ou o ananás, explicou Justa Nobre à agência Lusa, confessando que os produtos regionais do arquipélago “são mais naturais, não são tão de estufa, têm um sabor muito mais intenso e um paladar muito melhor”.
“A carne tem outro sabor, conseguimos comprar carne fresca, boa, há produtos que têm outro sabor, até pela origem onde são cultivados. Por exemplo, cheiramos as ervas aromáticas e têm um cheiro intenso, olhamos para os espinafres e para os agriões, e vê-se que têm uma cor forte, uma cor mesmo de produtos que são criados com a natureza, no campo, sem grandes tratamentos, logo aí, os produtos são muito melhores”, afirmou.
A 'chef' confessou não conhecer bem a gastronomia açoriana, mas reconheceu diferenças entre algumas iguarias nacionais e regionais, como é o caso do cozido ou dos enchidos, que, surgem no continente e no arquipélago açoriano em versões bastante distintas.
Justa Nobre considera que “é bom que as pessoas estejam informadas e é bom que as pessoas gostem de cozinhar”, porque “comer é uma coisa muito importante, é das coisas mais importantes" para o corpo e para o "bem-estar”.
E se, “para alguns, cozinhar é anti-stress, é bom,” para a ‘chef’ transmontana é uma profissão e Justa Nobre admite ter “a sorte” de ter escolhido uma atividade que a “apaixona”.
“Se estou contente, gosto de estar na cozinha, se estou triste, gosto de estar na cozinha. A cozinha é o meu mundo. Há pessoas que realmente estão a apanhar o gosto pela cozinha e isso é muito melhor porque podem saber o que comem”, concretiza.
Justa Nobre promove um jantar no restaurante Botequim Açoriano, na freguesia de Rabo de Peixe.
in AO
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