Sabe o que (provavelmente) está na ponta da sua língua? Os Açores. E vai continuar a estar
Provavelmente já deve ter reparado, até porque não há muito como fugir, mas aqui vai: os Açores estão na moda. O arquipélago foi recentemente considerado como um dos dez sítios mais recomendáveis para visitar em 2019 pelo New York Times e o mais "cool" pela Forbes. Exemplos que dão conta de uma nova visibilidade e que os protagonistas da região querem aproveitar para dar o passo decisivo na afirmação da autonomia. "É inegável o percurso de sucesso que fizemos como povo e região", atirou a secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo do Governo Regional dos Açores, Marta Guerreiro.
Foi o tema recorrente nos diferentes painéis que deram corpo ao XXIV Encontro Fora da Caixa. O ciclo de conferências da Caixa Geral de Depósitos que tem percorrido o país (com o apoio do Expresso) assentou hoje arreais no Teatro Micaelense sob a égide da ultraperiferia e autonomia. Temas que não devem ser entendidos antagónicos, segundo Mota Amaral, mas antes como "conceitos complementares." Sem esquecer a questão da "transição democrática" e envelhecimento, como lembrou o presidente da comissão executiva da CGD, Paulo Macedo.
Opinião partilhada por Jaime Gama, presidente do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos e do Novo Banco Açores, para quem "os Açores não são um universo fechado" e que está cada vez mais aberto. "Hoje os nossos constrangimentos estão ligados a questões decorrentes da globalização", na opinião da presidente do Conselho de Administração da Lotaçor, Cíntia Machado.
Segundo o presidente da Fórum Oceano, António Nogueira Leite, é essencial "continuar a apostar no conhecimento científico", com José Félix Ribeiro a destacar a instalação de uma estação de lançamento de minissatélites na ilha de Santa Maria como um bom exemplo exemplo de aproveitamento de potencial. Os "Açores dão acesso ao espaço", atirou o economista.
Por outro lado, os obstáculos que o arquipélago ainda enfrenta não foram esquecidos. "Passamos de uma economia de subsistência para uma de mercado, e isso acarreta os seus desafios", afirmou o gerente da Unicol, José Mancebo Soares. enquanto o vice-presidente do Grupo Finançor, Romão Braz, falou da necessidade em olhar para além do continente português, em direção "a outros mercados." Ou, como disse o presidente do Concelho de Administração da Empresa de Eletricidade dos Açores, Duarte Botelho da Ponte, "a nossa geração continua a ter novos desafios."
in expresso.sapo.pt
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