SÃO MIGUEL VAI TER HOTEL DE MONTANHA
A Level Constellation adqiuriu, em 2017, o outrora Monte Palace Hotel, que estava abandonado há três décadas. A promotora imobiliária encontra-se em negociações com uma marca hoteleira internacional para gerir e dar nome ao futuro cinco estrelas.
2021 é o ano em que o outrora Monte Palace Hotel, em São Miguel, nos Açores, vai ganhar uma nova vida. A Level Constellation, que adquiriu a propriedade no final de 2017, vai recuperar o edifício e ali abrir um hotel de montanha de cinco estrelas. A promotora imobiliária, detida por accionistas de nacionalidade chinesa, aproveitou a oportunidade de adquirir e recuperar o edifício que se encontrava abandonado há três décadas.
Esta será a primeira incursão da Level Constellation no mundo da hotelaria. Pedro Vicente, director-geral da empresa, explica que a aposta neste investimento, que se prevê que totalize 20 milhões de euros entre aquisição e reestruturação, deve-se ao facto dos Açores ser “um mercado altamente promissor”. O responsável considera que o destino encontra-se em fase de construção e de solidificação, e que existe ainda margem para um crescimento sustentado e qualitativo. “O nosso investimento está direccionado nessa aposta qualitativa”, refere, acrescentando que “acreditamos naquele espaço, julgamos que é, possivelmente, o ponto mais belo do País e, como tal, achamos que é uma oportunidade de negócio”. Pedro Vicente admite que se tratou de uma oportunidade “irrecusável”.
Projecto
Pedro Vicente adianta o conceito base do projecto previsto para aquele que vai ser um hotel de montanha de cinco estrelas. O objectivo passa por utilizar a estrutura actual do edifício da autoria do arquitecto franco-tunisino Olivier-Clément Cacaoub, que está “bem integrado na paisagem”. “Vamos fazer um hotel especialmente orientado para a Natureza”, descreve o director-geral da Level Constellation. O projecto para o futuro hotel prevê o desenvolvimento de estruturas de apoio à actividade de ‘hiking’ e outras actividades ligadas à Natureza, mas também um ‘rooftop’ com bar e cafetaria aberto ao público para que o edifício continue a ser um ponto privilegiado para avistar a paisagem circundante, sobretudo para a Lagoa das Sete Cidades. “Ao nível de áreas privadas de hóspedes contamos na cobertura com uma ‘infinity pool’ aquecida e com uma entrada directa da cobertura do hotel para a montanha para um percurso de hiking”, adianta, descrevendo que o posicionamento do hotel na cratera do vulcão permite que este tenha uma entrada privilegiada para um dos percursos de hiking. “É mais um aspecto ligado ao meio em que se insere e nós queremos reforçar. Também não queremos que o hotel como estrutura de apoio turístico se imponha demasiado no meio onde se insere, portanto a unidade vai ser um hotel de montanha de cinco estrelas, tem quartos com vistas deslumbrantes, mas depois não queremos que para o exterior ele venha a marcar demais, queremos que a zona envolvente permaneça imaculada e que o hotel tenha a menor das intervenções possíveis a esse nível”.
O cinco estrelas terá 120 quartos, dos quais 10 com piscina privativa, existindo ainda a possibilidade da unidade vir a ter um centro de ciência e natureza dos Açores, algo que a Level Constellation está a negociar com uma marca internacional “de grande relevância” para fazer este espaço. Em negociações estão também com dois operadores hoteleiros internacionais, já com presença em Portugal. Um deles irá gerir o hotel. Pedro Vicente refere que procuram “um parceiro de prestígio e referencial que, a nosso ver, falta ainda no mercado dos Açores”. Da escolha desse parceiro dependerá o nome da futura unidade.
A propriedade referente ao hotel compreende uma área de 50 hectares totalmente virgem e que assim permanecerá. “Há ideias de, numa segunda fase do investimento, desenvolver formas de dormir sustentáveis e em perfeito respeito pelo meio natural, mas para já não vamos avançar com isso”, indica. O responsável estima que o futuro hotel tenha cerca de 120 colaboradores.
Estratégia
No que diz respeito ao posicionamento da unidade, Pedro Vicente refere que o projecto é “orientado para um destino com mais pessoas do que aquelas que os Açores conseguem comportar neste momento”. O facto de serem uma empresa multinacional é uma mais-valia para a futura unidade, pois “temos os nossos meios próprios de criação de fluxos turísticos para aquele destino, como por exemplo, o mercado chinês”. O director-geral da Level Constellation constata que “um destino de natureza numa ilha e de excepção como são os Açores, é um destino absolutamente apetecível para o mercado chinês, que é um mercado gigantesco e que não está explorado”.
O mercado chinês e o norte-americano, que conta agora com ligações directas para Nova Iorque, são os dois principais mercados internacionais em que o projecto vai apostar, daí também a aposta numa marca hoteleira internacional reconhecida por estes.
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