Faz Hoje 20 Anos Aterragem De Emergência Nos Açores Do Maior Voo Planado Da História
A 24 de agosto de 2001 o voo Air Transat 236 operado com um Airbus A330 realizou o maior voo planado jamais registado na aviação comercial a jato após ter ficado sem combustível a meio do Oceano Atlântico. O voo sem motores durou cerca de meia hora, ao longo de 120 km (65 milhas náuticas), com 306 pessoas a bordo, realizando com sucesso uma aterragem de emergência no Aeroporto das Lajes, na ilha Terceira, Açores, Portugal, sem perda de vidas. Não houve feridos, mas o avião sofreu alguns danos estruturais, tendo estourado igualmente os pneus. A maioria dos passageiros eram canadianos a visitar a Europa e portugueses que emigraram, a regressar para visitarem as suas famílias
O voo 236 da Air Transat partiu do Aeroporto Toronto Pearson, em Toronto e tinha como destino o Aeroporto da Portela, em Lisboa. Às 20h20 [6] do dia 23 de agosto, o avião decola do Aeroporto Internacional de Toronto, a previsão do tempo era boa e a rota do avião, um A330 moderno e computadorizado, foi desviada 96 km ao sul para evitar congestionamento.
A tripulação na cabine de comando realizava a checklist a cada 30 minutos, verificando o consumo de combustível.[nota 2] Após cinco horas de voo, o comandante Robert Piché e o copiloto Dirk De Jager recebem um alerta de temperatura de óleo baixa e pressão do óleo alta no motor de número dois. Os pilotos consideraram tal alerta como não exato, como uma falha nos sensores[nota 3]. Já a alta pressão é resultado de uma contaminação do óleo por combustível. Nesse momento a tripulação do Air Transat 236 entra em contacto com a equipe de manutenção da Air Transat em terra, mas estes não têm uma solução imediata para o problema.
Por volta das 05h36[6], mais um alerta na cabine: Fuel Imbalance, indicando que maior parte do combustível no A330 está em maior volume de um lado do que no outro [nota 4]. Os pilotos realizam uma alimentação cruzada, transferindo combustível de um tanque ao outro para balancear o avião. Porém, o combustível não estava indo para o tanque da asa direita e a quantidade de combustível total no jato estava consideravelmente baixa até chegar a nula no tanque direito. Com um nível tão baixo de combustível o A330 não chegaria a Lisboa e a tripulação resolve voltar.
As 05h41[6] a tripulação entra em contacto com o controle de tráfego aéreo para saber onde se localizava o aeroporto mais próximo. Tal aeroporto era o das Lajes, na Ilha Terceira, nos Açores, e para lá chegar o avião deveria seguir para sul. Pouco tempo depois, as leituras de combustível se deterioram o bastante a ponto do capitão declarar emergência. Logo, às 06h13, o motor direito fica sem combustível e para. A tripulação desce o avião, que agora funciona com apenas um motor, para controlar a velocidade. Dez minutos depois e o motor esquerdo do avião também para. O A330 tornara-se um enorme planador.[1] Sem o funcionamento dos motores, a RAT (Ram Air Turbine) é acionada automaticamente para garantir o funcionamento de alguns sistemas importantes do avião. Sem motores a cabine começa a se despressurizar e o avião perde altitude drasticamente.
Às 06h27[6] o avião estava a 100 km do aeroporto e deveria planar por 15 minutos para tentar pousar[7]. Nos momentos que se passaram a tripulação tentava reduzir a velocidade para pousar sem sair da pista, enquanto que em terra os serviços de emergência se alinhavam à espera do A330. Como os motores não funcionavam, a tripulação às 06h46 fez um pouso fora dos padrões, pousando o avião a alta velocidade. Após estourar os pneus, o avião finalmente para na pista. Quase não houve feridos no avião, que realizou o maior voo planado da história da aviação
Falta referir a intervenção do controlador aéreo, que estava na Torre de Controlo da BA4, um Sargento da Força Aérea, que foi fundamental para que esta aterragem fosse um sucesso.
ResponderEliminarOk. Verdade
ResponderEliminarEstá quase lá tudo, só falta na simulação a pista de aterragem ser a certa. A aterragem foi na pista 33 e a simulação mostra a aterragem na pista 15.
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