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Conhece Malbusca? Fica nos Açores e é dos melhores sítios da Europa para lançar minissatélites



A conclusão é de um estudo encomendado pela Agência Espacial Europeia: Malbusca, na ilha de Santa Maria, tem melhores condições do que outros potenciais locais na Europa para lançamento de minissatélites

Um estudo encomendado pela Agência Espacial Europeia (ESA) à empresa portuguesa Deimos Engenharia e ao fabricante de lançadores britânico Orbex concluiu que é técnica e financeiramente viável a construção de uma base espacial em Malbusca, na ilha de Santa Maria, nos Açores, para o lançamento de pequenos satélites até 200 kg de peso, utilizando lançadores "pequenos, seguros e limpos".


Malbusca proporciona acesso a órbitas "comercialmente mais atrativas para estes satélites, oferece condições vantajosas para a gestão do espaço aéreo e marítimo, dispõe de clima melhor do que outros possíveis locais na Europa", assim como "condições de segurança necessárias para operações críticas como estas", sublinha o estudo. Além disso, existem já antenas de rastreio de lançamentos da ESA na ilha de Santa Maria, "aumentando o retorno sobre estes investimentos públicos já feitos".


A Europa "precisa de ter rapidamente pequenos lançadores para se manter competitiva face aos EUA e à China", afirma Nuno Ávila, diretor-geral da empresa espacial Deimos Engenharia. Todos os países querem ter bases espaciais para estes lançadores "porque lhes confere soberania de acesso ao espaço, e Portugal tem uma rara geografia que reúne condições para este tipo de atividade", havendo mais dois ou três locais na Europa que podem ser considerados. Por isso, "é preciso agir já se queremos estar a voar em três anos", insiste Nuno Ávila.


INVESTIMENTO DE 100 A €200 MILHÕES

Em fevereiro deste ano foi divulgado um primeiro estudo da Universidade do Texas em Austin (UTA) encomendado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que apontava para Malbusca, na freguesia de Espírito Santo, na ilha de Santa Maria, como a melhor localização de uma base espacial para o lançamento de pequenos satélites nos Açores. A UTA, que está interessada em investir no projeto, estimava em 100 a 200 milhões de euros o custo inicial desta base.


A base faz parte do AIR Center, o grande centro internacional de investigação a instalar nos Açores na área do espaço, oceanografia, clima, energia e ciência de dados, criado em novembro de 2017 numa conferência internacional em Florianópolis, no Brasil. Portugal, Espanha, Brasil, Uruguai, Nigéria, Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe foram os países fundadores, ficando então o Reino Unido e a África do Sul como países observadores.


Chris Larmour, presidente executivo da Orbex, empresa que está a desenvolver o foguete Prime no âmbito do projeto de construção de uma base espacial na Escócia, argumenta que "os Açores são o complemento ideal para o Reino Unido, onde o estabelecimento de um porto espacial está mais avançado". A Orbex "sempre considerou operar a partir dos dois locais e a razão porque a Escócia acontece primeiro é devido à rapidez dos apoios institucionais já obtidos".


O foguete Prime poderá transportar cargas até 150 kg de peso e tem apenas 17 metros de altura, contra os 30 metros do foguetão Vega, 53 metros do Ariane 5 e 64 metros do Ariane 6, todos da ESA. O mercado global de pequenos lançadores está em rápida expansão e permite o acesso direto ao espaço de pequenos países como Portugal. São foguetes com maior flexibilidade, compatíveis com mais locais para lançamento e com emissões de carbono 90% mais baixas do que os foguetões convencionais.

in expresso.sapo.pt

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