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Jardim Duque da Terceira é referência de Angra



No centro da cidade de Angra do Heroísmo situa-se o Jardim Duque da Terceira.

Trata-se de um dos mais belos jardins clássicos dos Açores, criado em 1882, por iniciativa do Governador Civil Afonso de Castro, ocupando uma área de cerca de 17.500 m2.

Está implantado nas antigas cercas dos Conventos Franciscano e Jesuíta que se localizam nas proximidades.

O “Tanque do Preto”, antigo tanque de rega da cerca, tendo, num dos topos, uma híbrida estátua de negro com cocar de índio brasileiro soprando água por um tubo e o conjunto de quatro painéis de azulejos representativos da parábola do “Filho Pródigo”, de fabrico lisboeta de c. 1740, representam dois interessantes testemunhos franciscanos.

Deve a sua conceção original ao agrónomo belga Francisco José Gabriel. Desde o seu início, foram várias as estéticas aplicadas, sejam o rústico, geometrizado francês e romântico inglês, com uma maravilhosa mata de que restam poucos exemplares, formando um requintado mosaico cultural.

À volta do coreto, no plano mais baixo, ainda hoje é privilegiado o tipo de jardim francês.

A sua construção foi, primeiramente, com o propósito de passeio público, dando origem a um jardim de aclimatização devido às características edafo-climáticas dos Açores, que proporcionam condições excecionais para o desenvolvimento de plantas dos mais variados quadrantes do mundo.

A grande variedade de espécies botânicas do jardim dispõe-se ao longo da encosta que, do centro da urbe, conduz ao alto da Memória, admirável miradouro sobre a cidade e onde, em monumento com a forma de obelisco, construído entre 1845 e 1856, se relembra D. Pedro IV e a causa liberal.



O lado romântico 


O escritor/historiador Augusto Gomes considerou o Jardim Duque da Terceira como a “principal zona verde a vivificar a população citadina”.

No livro “Filósofos da Rua”, já na quinta edição, enfatizou o lado romântico associado ao espaço de lazer.

“A juventude enamorada exterioriza em arroubamentos apaixonados, arrulhando ternura nos recantos protegidos pelo frondoso arvoredo, matizados pelas mais belas e exóticas flores numa rescendente fragrância”, pormenorizou Augusto Gomes (1921/2003).

O Jardim Municipal de Angra do Heroísmo também já inspirou emissões filatélicas, além de servir de ilustração a emblemáticos postais.

Mais recentemente, em finais de 2012, foi lançado o livro “Do Jardim à Memória”, num convite a uma viagem pelo Jardim Duque da Terceira pela objetiva do fotógrafo Paulo Garrão e publicado pela Blu edições.

in acorianooriental.pt

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