O evento é promovido pela Organização Mundial dos Médicos de Família e, decorrendo entre os dias 26 e 27 de abril, debruça-se sobre diversos tópicos na área da saúde, por sua vez, enquadrados nos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.
O ‘Vive’ tem, por isso, “o palco ideal para o seu lançamento”, ou o filme não condensasse um estudo de investigação que teve “como principais objectivos avaliar a exequibilidade da introdução do yoga nos cuidados de saúde primários, bem como determinar o seu efeito na qualidade de vida e no stress dos utentes”, explicou a este jornal Sara Ponte.
Foram 86 os utentes do Centro de Saúde de Ponta Delgada que, entre setembro de 2016 e abril de 2017 , integraram a investigação encabeçada pela médica interna de medicina geral e familiar da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel (USISM).
O filme, realizado por Filipe Tavares, regista justamente a experiência humana vivenciada pelo grupo experimental, “naquele que terá sido, provavelmente, o primeiro estudo realizado em Portugal, sobre o potencial do yoga enquanto terapia complementar nos Cuidados de Saúde Primários”, prosseguiu a médica, que é também formada em Medicina Tradicional Chinesa.
Assim, o que o registo documental vai fazer chegar às largas centenas de médicos de família de todo o mundo que estarão presentes na conferência é “o testemunho direto e espontâneo dos participantes” acerca da experiência por que passaram e dos “ganhos em saúde que obtiveram após seis meses de prática regular de yoga”, aprofundou Sara.
Pese embora o orgulho em ter visto o ‘Vive’ ser selecionado para o FISFA, a profissional de saúde lembra que o principal objetivo do filme é “que se crie uma reflexão pública sobre o panorama atual dos cuidados de saúde primários da Região” e se definam “melhores estratégias para a sua melhoria e desenvolvimento sustentável”.
Até porque, recordou, para além da “iliteracia para a saúde que a Região enfrenta”, o último Inquérito Regional de Saúde dos Açores (2014) fez saber que “mais de metade da população é sedentária e cerca de 32% dos açorianos, com idades entre os 20 e os 74 anos, sofre de distúrbios psicológicos”.
Sara Ponte está, portanto, em crer que o futuro passa “pela Medicina Integrativa, uma nova abordagem médica que alia o melhor da medicina convencional com os benefícios das terapêuticas não convencionais”.
O trabalho desenvolvido pela médica concluiu que “a introdução do yoga no Centro de Saúde de Ponta Delgada é exequível, segura e com grau satisfatório de adesão por parte dos seus utentes” e permitiu demonstrar que melhorou significativamente a qualidade de vida dos utentes, particularmente, no que diz respeito ao “bem-estar psicológico e físico, quando comparado com um grupo controlo não intervencionado”.
O estudo, refira-se, teve o apoio logístico da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel e da ARTAC - Associação Regional para a Promoção e Desenvolvimento Sustentável do Turismo, Ambiente, Cultura e Saúde.
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