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Noites tropicais estão a aumentar nos Açores


O Instituto Nacional de Estatística acaba de publicar o seu relatório sobre “Estatísticas Ambiente 2016”, com uma série de dados relativos ao panorama ambiental em Portugal e com alguns dados sobre os Açores. Transcrevemos a seguir algumas das partes da publicação, onde se constata que as noites tropicais estão a aumentar na Região e também se refere aos gastos na protecção do ambiente das nossas ilhas.


Em 2016, os locais em Portugal Continental, com maior número de noites tropicais (temperatura mínima igual ou superior a 20 °C), foram Faro (72 dias), Portalegre (44 dias) e Vila Real de Santo António (43 dias) (Figura 3.9). 
O maior desvio positivo foi de +47 dias na estação de Faro e o maior desvio negativo foi registado na estação de Alcácer do Sal/Barrosinha (-3 dias). 
Em 2015, o maior desvio negativo foi de -6 dias, nas estações de Castelo Branco e Elvas e o maior desvio positivo registou-se em Faro com +31 dias.
Nas regiões autónomas, as noites tropicais ocorreram com maior frequência, tendo-se registado o maior número de noites tropicais em Santa Catarina (87 dias), Funchal (78 dias) e Lugar de Baixo (70 dias) na ilha da Madeira. 

Angra e Ponta Delgada com mais noites tropicais

Na Região Autónoma dos Açores, as estações que registaram a maior ocorrência de noites tropicais foram Angra do Heroísmo (62 dias) e Ponta Delgada (50 dias). 
Comparando com o valor normal verifica-se que, em 2016, as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, registaram desvios positivos em quase todas as estações, excepto a estação de Areeiro/Madeira. 
Salienta-se que os maiores desvios ocorreram na Região Autónoma da Madeira nomeadamente, no Funchal (+51 dias), Santa Catarina (+44 dias) e Lugar de Baixo (+44 dias), contudo, a Região Autónoma dos Açores apresenta um desvio igualmente significativo na estação de Angra do Heroísmo (+ 44 dias) (Figura 3.11, no gráfico em baixo). 

Nordeste com mais precipitação intensa

As tendências observadas na precipitação indicam: grande variabilidade da precipitação sazonal, com diminuição na primavera, no verão e no inverno e aumento no outono; decréscimo na precipitação anual, devido principalmente à diminuição do número de dias com precipitação igual ou superior a 10 mm; aumento da contribuição de dias chuvosos para a precipitação anual, em particular nos últimos trinta anos e nas regiões mais suscetíveis à desertificação e à seca. 
Em 2016, no Continente, o valor médio anual de dias com precipitação intensa (?10 mm) foi de 33 dias, tendo variado entre 12 dias na estação de Sines/Monte Chãos e 62 dias nas estações de Cabril/S. Lourenço e Penhas Douradas/Observatório. 
Na Região Autónoma dos Açores, o valor anual de dias com precipitação intensa variou entre os 17 dias nas estações de Ponta Delgada/Aeroporto, Ponta Delgada/Observatório e Santa Maria e os 47 dias na estação de Nordeste. 
Relativamente à Região Autónoma da Madeira, o valor anual de dias com precipitação intensa variou entre os 16 dias da estação de Porto Santo e os 58 dias da estação de Bica da Cana.

Precipitação muito intensa em Angra, Corvo, Pico e Nordeste

No Continente, os valores mais elevados de precipitação muito intensa (?30 mm) foram observados nas estações da região Norte, em Braga/Merelim (8 dias), Porto/Pedras Rubras (7 dias) e Guarda (7 dias) (Figura 3.15). 
Relativamente à Região Autónoma dos Açores, o número de dias com precipitação muito intensa variou entre 3 dias nas estações de Angra do Heroísmo, Corvo e Pico e 11 dias na estação do Nordeste.
Na Região Autónoma da Madeira, as estações de Chão do Areeiro, Pico do Areeiro e Bica da Cana, apresentaram registos com precipitação muito intensa, com, respectivamente, 17, 18 e 23 dias.

Mais de metade dos gastos em “Outras actividades de protecção do ambiente”

Na Região Autónoma dos Açores, mais de metade dos gastos foram aplicados no domínio “Outras Actividades de Protecção do Ambiente” (38,3% em 2015), que para além das ações de administração geral, planeamento e regulamentação no âmbito das actividades de protecção do ambiente, incluíram os projectos relacionados com a gestão da Rede de Centros Ambientais e das Ecotecas da região e o financiamento do Programa EcoFreguesia, Freguesia Limpa cujas acções foram desenvolvidas pelas autarquias locais. 
Comparativamente a 2015, os gastos com a gestão de resíduos diminuíram 65,9%, fixando-se nos 2 milhões de euros (5 milhões em 2015) em resultado da conclusão dos trabalhos realizados no âmbito do Plano Estratégico para a Gestão de Resíduos e na selagem e requalificação de vazadouros de resíduos. 
Por seu turno, os gastos com a biodiversidade e conservação da natureza decresceram 56,0%, resultado da mudança de sector institucional de uma das entidades da região. 
De salientar o aumento de 77,5% no domínio “Protecção e Recuperação dos Solos, de Águas Subterrâneas e Superficiais” nos trabalhos de limpeza, renaturalização e reperfilamento de linhas de água e na desobstrução e limpeza de ribeiras.

2016: ano quente e normal

O ano de 2016 em Portugal Continental foi quente e normal, caracterizado por valores médios de temperatura média do ar e precipitação superiores ao normal.
 O valor médio da temperatura média do ar foi 15,9 °C, 0,7 °C mais quente que a normal climatológica, o que o posiciona como o décimo segundo ano mais quente desde 1931 e o quarto desde 2000. 
O valor médio da quantidade de precipitação, 991,6 mm, corresponde uma anomalia de +109.5 mm.
Em 2016, de acordo com o Índice de Precipitação Padronizada, Portugal continental (cerca de 51,6%) apresentou situação de chuva, onde 18,0% do território situou-se na classe de “chuva fraca”, 28,1% em “chuva moderada” e 5,6% em “chuva severa”. 
Em 43,4% do território predominou uma situação “normal”. 
As classes de seca predominaram em cerca de 5,0% do território.
 Em 2015, as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), sem contabilização das emissões de alteração do uso do solo e florestas (LULUCF) foram estimadas em cerca de 68 916 kt de CO2 eq (64 360 kt de CO2 eq em 2014), reflectindo um aumento de 7,1% face ao ano anterior e retomando valores de 2011. 
Contabilizando o sector LULUCF, as emissões estimadas totalizaram 60 450 kt de CO2 eq (54 662 kt de CO2 eq em 2014), o que resultou num sequestro líquido de 8 465 kt de CO2 eq por parte deste setor (9 698 kt de CO2 eq em 2014).
 Em 2015, o sector da Energia manteve-se como principal sector emissor de GEE, representando 69,9% do total destas emissões (68,0% em 2014), seguido do sector da agricultura com 9,6% (10,2% em 2014). Dentro do sector da energia, as principais fontes emissoras foram a indústria da energia com 26,7% do total das emissões (22,6% em 2014) e os transportes com 23,5% (24,9% em 2014).
 Em 1990, Portugal contabilizou uma intensidade carbónica de 520,7 t de CO2 eq/106  Euros, atingindo em 2015 as 352,8 t de CO2 eq/106  Euros.
 Em 2016, segundo o Índice de Qualidade do Ar, o número de dias classificado com qualidade do ar “bom” representou 83,2% do número total de dias, mais 6,8 p.p face a 2015.
 Em 2015, o valor do potencial de formação do ozono troposférico (TOPF) diminuiu 32,3%, em relação a 1990, devido à redução de Compostos Orgânicos Voláteis Não Metanos (COVNM) em 36,3% e de NOx  em 28,4%.

Água Segura com tendência crescente

O indicador de Água Segura traduz a percentagem de água controlada e de boa qualidade, calculado através do produto da percentagem de análises realizadas com a percentagem de análises em cumprimento dos valores paramétricos. 
Em todas as regiões o indicador de Água Segura registou uma tendência crescente no período em análise (2012-2016), o que se traduziu numa evolução do indicador no país a um ritmo médio de 0,17% por ano, fixando-se em 2016 num nível de 98,68%.
 A avaliação da qualidade das águas balneares interiores em 2016 revelou uma predominância de estações classificadas com um nível de qualidade da água “Excelente” (69,6%, traduzindo uma melhoria significativa de mais de 6 p.p. comparativamente ao ano de 2015 em que se verificou que 63,0% das estações atingiram igual classificação.
 A qualidade das águas balneares costeiras/transição manteve-se estável em 2016. 
Foram classificadas 413 praias com qualidade “Excelente”, o mesmo valor registado em 2015, o que perfez 89,0% do total de águas balneares costeiras e de transição.

 Em 2017 foram oficialmente classificadas e reconhecidas 560 águas balneares (incluindo praias em zonas costeiras, de transição e interiores) com Bandeira Azul, o mesmo número que se verificou em 2016.
 Em 2015 (último ano com informação disponível) estima-se que em Portugal tenham sido captados 937,2 milhões de m3  de água pelas entidades gestoras de serviços públicos urbanos de abastecimento de água.
 Em 2015, o país distribuiu 642,5 milhões de m3 de água, com as regiões de Lisboa e do Norte a concentrarem, 58,4% do total (375,5 milhões de m3).

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