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Ananás dos Açores vai ser consumido em novos formatos a partir de 2018



O ananás dos Açores vai ser consumido a partir de janeiro de 2018 em novos formatos nas superfícies comerciais da região autónoma e do continente, disse à agência Lusa o presidente da direção da cooperativa Profrutos.

"Prevemos o alargamento da atividade através da quarta gama", associada a produtos frescos, já processados e prontos a confecionar, e "não apenas o topo de consumo em natureza, ou seja, a venda direta do fruto como recolhido das estufas", declarou Álvaro Dâmaso.

O ananás dos Açores foi introduzido na ilha de São Miguel no século XIX, sendo cultivado, de forma biológica, em estufas de vidro, o que o diferencia dos restantes, produzidos ao ar livre.

No seu auge, foi exportado para Inglaterra, sendo originário da América do Sul e Central. Na última década desapareceram inúmeras estufas devido à pressão da construção civil.

O dirigente da cooperativa, que há cerca de dois anos apostou numa nova unidade, especificou que o ananás será embalado e vendido nas superfícies comerciais já filetado, seco, para aperitivo, adaptando-se assim às novas realidades do consumo.

Durante o corrente ano já foram realizadas experiências, especialmente dirigidas às superfícies comerciais, com base nesta nova aposta comercial.

Álvaro Dâmaso referiu que o ananás dos Açores, produzido de forma biológica, apenas na ilha de São Miguel, é um produto sazonal que vende 40 a 50% da sua produção em dezembro, o que "torna bastante difícil a gestão da empresa em termos de tesouraria".

"Além disso, o ananás tem um período de gestação muito longo, de dois anos, e um período de comercialização muito curto porque é extremamente perecível [20 dias]", referiu o responsável.

O presidente da Profrutos considerou que a procura do ananás tem vindo a aumentar internamente por via do turismo, sobretudo no verão, representando o mercado continental cerca de 50%.

O volume de ananás dos Açores ronda as mil toneladas, assegurando a Profrutos, com cerca de 200 produtores associados, cerca de 40% deste total.

Em 2015, o volume de negócios da cooperativa foi de 1,2 milhões de euros, crescendo para 1,4 milhões em 2016, estimando-se que no final de 2017 se registe "sensivelmente o mesmo valor".

A Profutos vai realizar ainda este ano uma assembleia geral ordinária que visa encontrar soluções para ultrapassar os seus problemas de tesouraria, pretendendo-se através de um plano o seu "reequilíbrio financeiro", a par do alargamento da sua atividade comercial.

in dn.pt

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