terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Açores Atlântico vai ser um hotel museu de 5 estrelas que irá contar a história em peças dos navios do Grupo Bensaude



O Grupo Bensaude está a remodelar o Hotel Açores Atlântico. De que consta esta remodelação?
Marta Bensaude Sousa Pires (Directora Executiva da Bensaude Turismo) – Trata-se de uma remodelação total, ao nível das infra-estruturas técnicas, como de estruturas em termos de facilidades para os clientes e ao nível de facilidades de operação. Será um investimento global e avultado. Estamos a fazer uma remodelação no interior do hotel, tal como fizemos com o hotel Terra Nostra.
Será um hotel que queremos classificar para cinco estrelas, o que será um desafio para nós. E vamos desenvolver no seu interior um novo conceito. Pretendemos que seja um hotel museu também ligado à nossa história e à nossa tradição, representando um novo posicionamento no mercado. Nós temos muitas peças do espólio da nossa área marítima e queremos que a unidade hoteleira conte um pouco da história marítima açoriana. Temos peças que pertenceram a vários navios e vamos descrever algumas curiosidades sobre estas peças. Vamos fazer uma exposição ao longo das áreas públicas do hotel, criando o que se pode designar por hotel museu.

O hotel Açores Atlântico vai manter o mesmo número de quartos, vai ter mais suites?
O hotel vai manter-se em número de quartos e de suites. Ele já era, em termos de infra-estruturas, um hotel que já poderia ser considerado de cinco estrelas. Tem cinco suites e cinco suites júniores. E cerca de 90% dos 140 quartos tem varanda.
O nosso objectivo é reabrir o hotel em Junho do próximo ano.

Poderá dizer-se que o Grupo Bensaude está a posicionar as suas unidades hoteleiras da frente marítima de Ponta Delgada para vários nichos de mercado: O Hotel Açores Atlântico para clientes de cinco estrelas; o Hotel Marina mais para o cliente médio; e o Hotel Avenida para um segmento de mercado mais ‘low cost’?
Podemos dizer que também dentro de Ponta Delgada queremos posicionar-nos os diferentes segmentos de mercado que estão a surgir. Temos muitos hotéis e queremos diversificar, mantendo a exigência e a qualidade de serviço. Sim, estamos a posicionarmo-nos de diferentes formas, pretendendo abranger os diferentes segmentos do mercado.

Vão manter o aluguer da Estalagem dos Clérigos, no Nordeste?
Sim, vai manter-se.

Vão concentrar, portanto, o investimento em Ponta Delgada?
Temos infra-estruturas em Ponta Delgada que desenvolvemos. Reabrimos o NEAT Avenida. Estamos agora a fazer esta remodelação no Açores Atlântico.

A Bensaude Turismo perspectiva entrar no Alojamento Local?
Nesta fase, não. Estamos a apostar nestas remodelações da hotelaria tradicional.

É notório o impacto do crescimento do turismo nas unidades hoteleiras de São Miguel, designadamente nas que são propriedade da Bensaude Turismo. Em que dimensão se sente este impacto nas vossas unidades hoteleiras na Terceira e Faial?
Sente-se também o impacto do crescimento turístico, mas com menor dimensão tanto na Terceira como no Faial. O maior impacto do crescimento tem sido em São Miguel. Os números do turismo mostram isso.

A Bensaude Turismo vai investir em outros domínios do turismo?
Com a Agência Açoriana de Viagens tocámos em todos os domínios do turismo, como o turismo de cruzeiros, o segmento do lazer e animação turística. Já abrangemos todas as actividades turísticas através da Agência.
Divulgamos todas as actividades turísticas disponíveis para os nossos clientes, com vários programas, quer em termos de actividades marítimas como também os trilhos e actividades culturais. A Agência desenvolve muitos programas seus na medida dos clientes que nos visitam. Tem guias próprios e pode contratar guias turísticos.

Em que domínios o sector público deveria investir mais no turismo nos Açores?
A Dr.ª Marta Guerreiro tem anunciado o investimento na formação que é, de facto, muito necessário também para os privados e na melhoria de toda a logística dos produtos turísticos.

Em sua opinião, este é um investimento no bom caminho?
Sim, nós temos, aliás, falado várias vezes com o sector público neste sentido. Temos abordado o que são as nossas preocupações e as necessidades do sector turístico, apontando o caminho que entendemos que se deve seguir.

Esta aposta governamental de formação no turismo Já vem tarde? Ou ainda vem a tempo?
Vem sempre a tempo. É preciso sempre uma aposta na formação e de forma contínua. Provavelmente, não estávamos preparados para um tão grande crescimento do turismo, para este salto que se verificou em dois anos. Mas isso aconteceu também em Portugal. Em Portugal, o problema é o mesmo.
Agora é preciso agir e apostar na formação de forma contínua e atraindo as pessoas para a área do turismo realçando a importância que este sector tem.

E o hotel Terra Nostra cresceu muito em termos turístico?
Sim, tem crescido bastante.

Tem crescido com percentagens próximas das que se verificam nas vossas unidades hoteleiras em Ponta Delgada?
Não, tem crescido com percentagens superiores às verificadas nos hotéis de Ponta Delgada, o que vem demonstrar que a sua remodelação e ampliação foi um bom investimento.

Está prevista alguma remodelação no hotel São Miguel Park Hotel?
Nós temos feito vários investimentos em melhorias nos vários hotéis. No São Miguel Park Hotel, por exemplo, nós renovamos todo o pavimento nos pisos dos quartos e temos feito vários investimentos tanto ao nível técnico como de conforto do cliente. Todas as camas foram novas, renovamos os colchões e já tínhamos instalado televisores novos.
Estamos a reinvestir muito os lucros em investimentos graduais nos vários hotéis, com uma aposta também na formação dos nossos colaboradores.

Vão reabrir o hotel São Pedro?
Estamos a consolidar os investimentos no NEAT e, agora, no Açores Atlântico.

Os clientes reagirem bem ao novo conceito do NEAT Avenida?
Sim, reagiram muito bem. O novo conceito foi muito bem aceite. E, agora, estamos empenhados nesta remodelação de fundo que representa um grande investimento no hotel Açores Atlântico. Isto para além dos pequenos investimentos de melhoria que temos vindo a realizar em todos os hotéis. Vamos, pouco a pouco, fazendo estas melhorias e estas apostas no nosso produto, na nossa oferta e também no nosso serviço.

Com os voos da companhia ‘Delta Airlines’, dos Estados Unidos para Ponta Delgada, já no próximo Verão IATA, a oferta de camas pode ficar aquém da procura?
Não acredito muito nisso porque a oferta de camas em São Miguel está a crescer, tanto ao nível da hotelaria tradicional como ao nível do Alojamento Local. E há perspectiva de crescimento do número de camas para o próximo ano. E, portanto, não estou a ver que se coloque este problema.

Quais as expectativas da Bensaude Turismo para o próximo ano?
Para o próximo ano esperamos que as expectativas sejam positivas de acordo com as várias operações em curso e que estão previstas. Estamos à espera de um bom Verão em 2018. Já começa a haver procura, embora ela surja, de forma mais evidente, em Janeiro e Fevereiro. E a procura que estamos a ter para o Verão do próximo ano surge na mesma medida deste ano.
Os Açores são, de facto, uma Região com uma grande atractividade e estamos a ter uma procura normal, mas crescente.

O turismo vai ser, um dia, a primeira actividade económica da Região?
Não sei dizer se será a primeira ou será a segunda. Mas tem e terá uma importância grande no sector económico. O sector do turismo desenvolve os outros sectores económicos regionais. Os turistas consomem muitos produtos locais, desenvolvem a restauração, animam as diversas actividades turísticas.
O turismo desenvolve o mundo rural. Como estamos a ver, surgem vários alojamentos locais no centro de Ponta Delgada e, praticamente, por toda a ilha de São Miguel. Desenvolve a apetência para a criação de novas lojas, desenvolvendo-se novos conceitos.
Assim, o turismo é o sector que dinamiza a economia no geral. Acaba por ser sempre um sector muito importante, não só por si, mas também quando desenvolve todos os outros sectores de actividade da Região.

Fonte: Correio dos Açores

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