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Açores vão liderar novos recordes no turismo em 2017


 As regiões dos Açores e do Norte deverão liderar o crescimento do turismo este ano, altura em que deverão ser batidos novos recordes em receitas, dormidas, número de turistas e gasto médio por visitante, revela o Barómetro do Turismo 2017. “O turismo vai crescer e ainda tem margem para crescer. O que importa é que seja um crescimento sustentado e, para isso, temos de continuar a fazer o trabalho de casa”, comentou António Jorge Costa, presidente do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT), entidade que organiza, esta quinta-feira, em Gaia, o XII Fórum Internacional do Turismo. Mais de uma centena de empresários, agentes de viagens, jornalistas especializados e outros “stake holders” do setor do turismo português, auscultados pelo IPDT para este barómetro a apresentar durante o congresso, consideram que 2017 vai ser melhor em receitas turísticas (90%), vamos ter mais dormidas na hotelaria (88,6%), receber mais turistas (91,4%) e ver aumentar o gasto médio por turista (64,2%). 

As regiões que mais vão crescer são os Açores (35,2%), o Porto e Norte (22,5%), Lisboa e Vale do Tejo (16,9%), o Alentejo (12,7%) e o Algarve (9,9%). Para que tal suceda, o turismo deverá apostar, principalmente, na qualificação dos recursos humanos (46,7%) e diferenciação da oferta turística (33,3%). “Já não há tantas dúvidas quanto à capacidade de crescer, mas agora temos de ver como vamos acrescentar valor em toda a cadeia do turismo, desenvolvê-lo de forma a responder à procura e não como dá jeito à oferta, como acontecia”, apontou o especialista. “Não transformemos Portugal em algo que as pessoas não querem comprar. Temos de encontrar um equilíbrio entre o que é bom para os investidores (e há cada vez mais estrangeiros a investir no turismo português), mas sem perder o caráter de autenticidade que é uma mais-valia nossa”, adiantou. 

No estudo “Perceção dos Turistas em Portugal”, também a apresentar durante o congresso, o IPDT descobriu que “o destino satisfaz as expetativas, mas aumenta a preocupação quanto à perda de autenticidade”. Isto é, 51% dos inquiridos considera que as cidades portuguesas estão a perder o caráter original, 56% que nas zonas turísticas dessas cidades é difícil interagir com os residentes e 54% diz que a gastronomia é idêntica à de outros destinos. 

De um a sete pontos, os turistas que visitaram Portugal atribuem as notas mais elevadas aos vinhos (6,43), ao património histórico (6,37) e à gastronomia (6,35), considerando que os aspetos a melhorar têm a ver com os transportes, a limpeza e a informação turística. “Precisamos de um barómetro de qualidade em Portugal”, apontou Jorge Costa. “Há grandes diferenças na qualidade de serviços, por vezes até dentro da mesma marca [hoteleira, por exemplo] e é preciso uma mudança transversal, desde a base até às chefias, criando uma verdadeira cultura de empresa”, sublinhou o responsável, considerando que “chegou a hora” de ser “partilhado o crescimento do setor” e a precariedade no turismo dar lugar a um atendimento profissional, sob pena de “o jeitinho português não resolver tudo para sempre”.

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