terça-feira, 15 de novembro de 2016

Açores: Turismo continua em alta dois anos após entrada das low cost



Os indicadores turísticos continuam em alta nos Açores, quase dois anos após a entrada das companhias aéreas de baixo custo, registando-se nos primeiros nove meses do ano mais de 1,2 milhões de dormidas.

Segundo dados hoje divulgados pelo Serviço Regional de Estatística dos Açores, de janeiro a setembro de 2016, nos estabelecimentos hoteleiros do arquipélago, "registaram-se 1.269,0 mil dormidas, valor superior em 20,9% ao registado em igual período de 2015".

Neste período, "os residentes em Portugal atingiram cerca de 507,2 mil dormidas, correspondendo a um acréscimo homólogo de 19,2%", enquanto " os residentes no estrangeiro atingiram 761,8 mil dormidas", significando "um aumento em termos homólogos de 22,1%".

Dos mercados estrangeiros destacam-se com maior número de dormidas o alemão, seguindo-se os Estados Unidos da América e a Espanha.

Já os proveitos totais nos estabelecimentos hoteleiros até setembro atingiram 59 milhões de euros, uma variação homóloga positiva de 30,5%, enquanto os proveitos de aposento foram de 43,7 milhões de euros (mais 28,7%).

Quanto ao rendimento médio por quarto (RevPAR), o valor foi de 36,6 euros entre janeiro e setembro, apresentando uma "variação homóloga positiva de 22,3%".

À agência Lusa, a secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo dos Açores, Marta Guerreiro, considera que, face aos indicadores conhecidos até setembro, este é mais um ano de ouro para o turismo no arquipélago.

"Ultrapassada a grande barreira das acessibilidades o ano passado, os dados associados ao turismo têm vindo, de forma sustentada, a crescer muito positivamente e isso deixa-nos satisfeitos", declarou.

Marta Guerreiro adiantou que a região tem, mês após mês, alcançado "crescimentos muito positivos e na ordem quase sempre dos 20%, o que é fantástico".

"Apesar de taxas de crescimento muito satisfatórias, estamos no início deste crescimento e em termos de notoriedade temos imenso para fazer ainda", considerou contudo a governante, que assumiu aquelas pastas há semana e meia.

A secretária regional disse ainda acreditar que vai haver mais "alguns anos com taxas de crescimento bastante satisfatórias", mas reconhece que os Açores não conseguirão "permanentemente alcançar estes dois dígitos de crescimento".

"Temos de evoluir naturalmente em várias áreas, na capacidade de servir bem, de tornar esta experiência única, os transportes ainda precisam de alguns ajustamentos, mas estamos no caminho certo", sustentou, admitindo que as companhias aéreas de baixo custo têm, nestes indicadores, "um papel importante, porque o custo de entrada nos Açores era impeditivo".

O primeiro voo de companhias aéreas de baixo custo para Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, ocorreu em março de 2015, para onde passaram a voar as companhias Ryanair e easyJet.

A liberalização do espaço aéreo contempla as rotas entre Ponta Delgada e Lisboa e Porto, e entre Terceira e Lisboa e Porto, mas nesta ilha só começa em dezembro.

A governante admitiu que a questão da sazonalidade é um desafio que se coloca ao Governo dos Açores, referindo que "numa primeira fase o objetivo é tentar estender a época que é considerada alta".

"Vamos ter sempre no pico do inverno uma diminuição mais acentuada de quem nos procura, mas conseguindo estender a nossa procura para os meses de outubro, novembro, março e abril, já estaremos a convergir para o caminho que queremos de diminuir a sazonalidade", declarou, notando que neste trabalho o turismo de congressos e o turismo corporativo pode dar um contributo.

De acordo com dados do Governo Regional, o número de congressos realizados nos Açores duplicou nos últimos anos, passando de 12 em 2013 para 25 este ano.

Esta área "tem-se apresentado, nos últimos anos, como um dos eixos fulcrais para o crescimento qualitativo e quantitativo do volume de negócios nos Açores" e é, também, simultaneamente um "segmento importante para atenuar as sazonalidades da região", cuja capacidade hoteleira em junho último era de 10.700 camas.

A segurança, clima, natureza, diversidade da oferta, localização e ligações aéreas frequentes, gastronomia e hospitalidade são "trunfos" que os Açores apresentam para receber estes eventos, a que se soma o sistema de incentivos de apoio financeiro à sua realização.

in noticiasaominuto.com

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