segunda-feira, 25 de julho de 2016

Projeto quer que jardins dos Açores se tornem atração turística



Um projeto de investigação vai levar à criação de uma aplicação móvel para visitas aos jardins dos Açores e de uma página na Internet com o objetivo de potenciar o segmento de turismo de jardins no arquipélago.

“O que pretendemos é que haja uma possibilidade de investir mais nos jardins, para que seja um património reconhecido, suficientemente estimado e também possível de se transformar em produto turístico. Temos todas as potencialidades”, afirmou Isabel Albergaria, investigadora responsável pelo projeto “Green Gardens Azores”, cuja entidade promotora é o Observatório de Turismo dos Açores (OTA), em colaboração com a Universidade dos Açores.

Este projeto, que integra uma equipa pluridisciplinar, “visa também a conservação do património e vai ter a duração de três anos, com financiamentos de fundos estruturais e da região, nomeadamente da Direção Regional da Ciência e Tecnologia”, declarou a responsável.

Isabel Albergaria explicou que a ideia é “lançar as bases para potenciar o turismo de jardins” num arquipélago com grande potencial neste nicho de mercado e que pode ser uma mais-valia para combater a sazonalidade “muito característica” da região.

A docente frisou que os jardins nos Açores apresentam várias particularidades, pois conservam “um sentido luxuriante”, a presença de peças de água, como os lagos e tanques, árvores notáveis com um caráter monumental, um potencial ornamental com “uma flora subtropical essencialmente e muito centrada na Nova Zelândia e na Austrália, mas também do Extremo Oriente, do Japão e da China”.

Isabel Albergaria referiu que existem jardins que sobressaem por esta notoriedade, como o Jardim do Parque Terra Nostra, nas Furnas, em São Miguel, “figura de cartaz, reconhecido com diversos galardões” e que “está entre os melhores jardins do mundo”, um dos espaços que será abrangido por este levantamento no âmbito do projeto.

Há ainda os jardins José do Canto, do Palácio de Santana (sede da presidência do Governo Regional) e António Borges, na cidade de Ponta Delgada. Acrescem os jardins Beatriz do Canto e a mata Jardim José do Canto, ambos nas Furnas, o Jardim Botânico, no Faial, e os jardins Duque da Terceira e Público, de Angra do Heroísmo.

Segundo a docente da Universidade dos Açores, o projeto “já começou a recolher alguma informação para dar início às inventariações”, que serão feitas, inicialmente, num lote “relativamente reduzido” de jardins públicos e privados, na sua maioria em São Miguel, na Terceira e no Faial, mas podem ser alargadas a mais espaços no futuro.

Este levantamento vai incidir sobre a botânica, equipamentos, a caracterização histórica destes espaços e dos solos, a fauna e avifauna, os levantamentos cartográficos e topográficos, as condições de acolhimento dos visitantes, disse, defendendo que os Açores têm potencial para integrarem redes internacionais de turismo de jardins.

“Há aqui um trabalho de estudo e caracterização. As etapas seguintes são de conceção de estratégias de comunicação e de divulgação que passam pelo uso das novas tecnologias. Neste caso vamos criar uma página ‘web’ onde poderá haver informação mais detalhada e uma aplicação móvel”, referiu.

in observador.pt

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