Hugo Amaral, jornalista do ‘Observador’, foi testemunha de um pedido de casamento inédito numa viagem de balão nos céus da Ribeira Grande. João ajoelhou-se, dentro do balão em pleno voo, com um anel de noivado na mão e perguntou: “Queres casar comigo?”
Apesar da surpresa, Ângela não teve dúvidas quando respondeu que “sim”, antes de abraçar o futuro marido.
Como descreve o jornalista Hugo Amaral, ambos são açorianos. Ele, da Ribeira Grande, ela de Ponta Delgada. Namoram há quase seis anos e conheceram-se na faculdade, no curso de Biologia, que frequentaram juntos. Até aqui tudo normal, “não fosse o pedido de casamento ter sido feito a muitas dezenas de metros do chão, dentro de um balão de ar quente”.
“Já tínhamos a ideia de casar um dia e eu pensei que seria a oportunidade perfeita para a pedir em casamento. Queria fazer algo original e havendo o festival de balões pensei que seria interessante falar com a organização e tentar a minha sorte”, explicou João, a Hugo Amaral.
E teve sorte. Voaram à boleia de uma equipa da República Checa que participa no II Festival de Balões de Ar Quente nos céus da Ribeira Grande, concelho que recebe o evento até Domingo.
Foi às 6h30 da manhã que o cenário para a surpresa do João começava a ganhar forma. Os quatro checos, pela primeira vez em Portugal, preparam o balão como sempre o fazem há cerca de 20 anos. Estendido na vegetação ao longo de vários metros, o balão cor de laranja começa a encher-se com o ar soprado por uma ventoinha enorme. Depois de aquecido o ar, as leis da física encarregam-se do resto e o balão deixa o descampado verde em direcção ao céu.
36 equipas não puderam vir
São treze os balões que participam no II Festival de Valões de Ar Quente dos Açores, dois dos quais muito especiais (um tem a cara de um jocker e o outro a cabeça de um peixe). No total, trata-se de um investimento de 150 mil euros, no que é uma iniciativa ímpar de promoção das paisagens açorianas. Os últimos dias, cinzentos e com alguns chuviscos, não foram os ideais para grandes imagens. Mas há também os fotógrafos que sabem como enquadrar a paisagem muito especial nos Açores na bruma de um nevoeiro que o vento fraco embala encosta acima ou encosta abaixo.
Liliana Martinho, da organização do Festival, não tem mãos a medir nestes dias do festival que reúne em São Miguel profissionais de balões de Espanha, Holanda, França, República Checa, Portugal e Reino Unido. Alguns deles regressam pela segunda vez aos Açores. E a organização teve que recusar 36 equipas com balões que pretendiam voar nos céus dos Açores. São equipas que poderão estar em São Miguel nos próximos anos. É que, no país, só existem dois locais apropriados para este tipo de festival: Um é no Alentejo e o outro é na zona de Santana, na Ribeira Grande.
Um dos momentos altos do festival, que proporcionam “imagens extraordinárias”, será a ‘night blow’ e vai ocorrer pelas 21h00 de hoje em Santana. Nesta altura, os balões vão ser iluminados, criando-se um ambiente mítico e mágico com a actuação da DJ Patrícia Leite e da contora Mariana Rocha. A noite termina com fogo-de-artifício e muita festa.
Ao longo do festival, há momentos de baptismo de voo cativo em balão para 35 crianças. Os balões ficam suspensos no ar, mas amarrados a terra e as crianças podem subir para dentro do balão por alguns minutos. A organização procede, nos momentos mais altos do festival, à venda de merchandising e parte das receitas reverte para a Cruz Vermelha Portuguesa.
Quem tem voado de balão em São Miguel sabe, perfeitamente, que as aterragens dependem sempre do quadrante e da força do vento. Por vezes, o balão vai aterrar em locais inconvenientes mas, até agora, tudo tem decorrido dentro da normalidade dado o grande profissionalismo de quem conduz este meio de transporte.
Esta iniciativa da Associação ‘Learn to Appreciate’, foi, nas palavras de Liliana Martinho, “abraçada desde a primeira hora” pela Câmara da Ribeira Grande e tem um grande apoio logístico da Associação Agrícola de São Miguel.
Fonte: Correios dos Açores
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