Palhaçada inter-geracional marca o Fringe no Corvo
Foto por Kathy Rita
Luna é uma criação da artista Maria Simões. E, neste fim-de-semana passado, a palhaça iluminou a ilha do Corvo, nos Açores, e encheu-a de risos, gargalhadas e mais sorrisos. "A palhaça não interpreta, simplesmente é" diz Terry Costa, diretor artístico da MiratecArts que neste mês de junho está a apresentar o festival internacional de artes, Azores Fringe, em todas as ilhas dos Açores.
Um fim-de-semana repleto de artes na mais pequena ilha do arquipélago foi um sucesso e uma expansão do dia de +Arte Corvo que aconteceu na edição anterior do festival. A pedido do Presidente da Câmara do Corvo, José Manuel Silva, o festival cresceu do ano passado para este, dando assim mais oportunidade para os corvinos estarem em contato direto com arte e artistas. Entre apresentações de fotografia, curtas metragens, exposição nómada "Palhaças do Mundo" (que veio do festival Bolina) também houve tempo para o tricô com a criação de flores, liderado por Rosa Mendonça do Artesanato do Corvo; jogos, para todas as idades, liderado pelo Daniel Lima; e, uma sessão de pintura acrílica em telas com o artista Miguel Patrício.
A Luna, que explicou "eu sou uma mulher, por isso sou uma palhaça" a mais de uma centena de pessoas que se encontravam no Multiusos, o espaço cultural da ilha, também investiu em visitar a Escola Básica e Secundária, a Creche e Jardim de Infância, Lar da Santa Casa e ainda alguns locais de comércio e casas privadas, que sempre abriram as suas portas para dar boas vindas a bons momentos cheios de sorrisos.
Foto por Kathy Rita
"Em cada encontro um sorriso, em cada palavra um olhar profundo de amizade, houve quem dissesse não merecer a nossa atenção e eu a dar graças por ter esta maravilhosa oportunidade de tocar todas as mãos, ser recebida em abraços como verdadeira família que, de visita, vem e vai mas, depois, nada fica no mesmo lugar," expressa Maria Simões."Porque viajamos nas asas das Artes e embrenhamo-nos pelas ruas do Corvo e pelas casas de porta aberta, ao encontro da festa das gentes -- com Arte. E sabemos que amanhã vai falar-se da alegria que foi termos estado aqui. Haja Fringe em todos os lugares."
Multi-artista, fundadora de Descalças Cooperativa Cultural em São Miguel, estudou Psicologia e frequentou o Mestrado em Criatividade e Inovação em Santiago de Compostela. Maria Simões tem participado em todas as edições do Azores Fringe, em várias vertentes, desde motivadora de programas, monitora de workshops e com performances com a sua palhaça Luna.
O Fringe continua até 30 de junho, encerrando o epicentro do festival na Câmara Municipal da Madalena, Pico. Mas para o ano há de haver mais Fringe, no Corvo.
"Correspondeu novamente às expetativas. Ver a interacção inter-geracional (pais, filhos e netos) valeu a pena. O nosso Ti Mendonça, a caminho dos seus 96 anos, usufruiu das atividades artísticas e participou, mostrando que, se o corvino de mais idade, assim como alguns dos mais novos fazem parte, o Fringe é um projeto digno de continuar," conclui o Presidente da Câmara do Corvo, José Manuel Silva .
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