Foto de Mike Maciel
Trata-se de uma lacuna na cidade de Angra, que é Património Mundial, e que, para além de relevar o papel da Terceira no período da expansão portuguesa, também se insere na fase de desenvolvimento actual, nomeadamente ao nível do turismo.
Enquanto Ponta Delgada dedicou a Vasco da Gama uma das suas principais praças, que tem o seu nome, em plena baixa da cidade, sobre a Avenida Marginal (onde se situa, entre outros, a Alfândega), em Angra, onde o ilustre navegante esteve, apenas existe uma placa na Igreja de S. Francisco, a assinalar a sua passagem pela ilha e o falecimento de Paulo da Gama, seu irmão, que está ali enterrado.
Segundo reza a História, “em 1499 quando a frota de Vasco da Gama regressava a Lisboa na primeira viagem marítima à Índia, a volta pelo largo para apanhar os ventos favoráveis e o estado mais gravoso da doença de Paulo da Gama, levaram-na a aproximar-se dos Açores e a desembarcar na ilha Terceira”. Paulo Gama, seu irmão, acabou por falecer e foi enterrado, segundo Damião Góis, “numa cova rasa, sobre a qual se impôs uma pedra mármore com o seu nome; esta sepultura fica no alpendre da sacristia da capela de Nossa Senhora da Guia”.
Na Enciclopédia Açoriana, José Damião Rodrigues refere que Paulo da Gama era “filho primogénito de Estêvão da Gama e Isabel Sodré e irmão de Vasco da Gama. Embora fosse um homem doente, marcado pela tuberculose, recebeu o comando da nau São Rafael na expedição liderada pelo irmão. Em Calecute, por ocasião do encontro de Vasco da Gama com o samorim, Paulo Gama ficou a comandar a frota. Na viagem de regresso a Lisboa, a São Rafael teve de ser queimada e Paulo passou para a nau capitânia. Adoecendo gravemente, veio a falecer na Terceira, em Julho de 1499, sendo sepultado na capela-mor da igreja do convento de São Francisco, em Angra”. Segundo outros autores, Vasco da Gama terá ficado profundamente abalado com a morte do irmão, tendo estado na Terceira entre 1 e 3 meses.
O povoamento da Terceira iniciara-se em 1450, com um flamengo de nome Jácome de Bruges. Angra foi elevada a cidade em 21 de Agosto de 1534, sendo a primeira povoação dos Açores a ter tal distinção, ao mesmo tempo que o Papa Paulo III a escolheu para sede do seu bispado.
Vitor Baptista, o patriarca da família Baptista, não é um novato nesta história de doações de marcos da memória colectiva. Foi dele a iniciativa de oferecer ao Estádio da Luz a estátua de Eusébio que ainda lá se encontra. Segundo afirmou ao Diário dos Açores, o seu objectivo é honrar a história dos portugueses e o papel que os Açores nela representaram. “Aqui nos Estados Unidos, fico com a impressão que a história portuguesa está gradualmente a ser apagada, pois enquanto que outros povos, como ingleses e franceses, tratam da sua história com grande fervor, os vestígios dos portugueses nos EUA parecem quase abandonados”.
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