Azores Airlines Rally no Europeu até 2019
Francisco Coelho, Presidente do Grupo Desportivo Comercial há 9 anos e Presidente da Comissão Organizadora do Azores Airlines Rallye, confirmou, em entrevista concedida ao “Correio dos Açores”, que a maior prova desportiva realizada na Região vai continuar por mais três anos no Campeonato da Europa.
“Confirmo que fizemos um acordo com o Eurosport por mais três anos para que o Azores Airlines Rallye faça parte do calendário dos Campeões Europeus ERC nos máximos anos de 2017, 2018 e 2019”, disse.
Francisco Coelho abordou outros temas relacionados com a prova, que continua a somar pontos pela Europa, devido à excelente organização e à beleza da ilha de S. Miguel transmita pelas imagens que foram, mais uma vez, divulgadas.
Temas como a cobertura das televisões generalistas nacionais, do elevado custo com a segurança, do equilíbrio financeiro de uma prova onerosa, do estudo do impacto económico e das eleições de 2017 no Desportivo Comercial, mereceram a atenção e a reposta de Francisco Coelho.
Este ano, quantos órgãos de Comunicação Social estrangeiros e nacionais estiveram a cobrir o rali, de entre os quais quantas estações de televisão?
Este ano tivemos cerca de 20 jornalistas internacionais acreditados. No que concerne a estações de televisão apenas o Eurosport, por ser proprietário dos direitos sobre as imagens do Campeonato FIA da Europa de Ralis, e a RTP, por ser parceira na disponibilização de meios à Eurosport, marcaram presença. No entanto, estiveram presentes também produtores de conteúdos vídeo independentes, tanto nacionais como internacionais.
Imagino que recebeu muitos comentários positivos. Houve algum ou alguns negativos?
Como deve compreender, há sempre opiniões divergentes, mas temos sempre de saber e verificar a pertinência e necessidades de implementação das mesmas.
“Complicado o equilíbrio entre as receitas e as despesas”
A divulgação do rali para o exterior de Portugal tem estado assegurada - e muito bem - pela Eurosport. Verifica-se que as estações de televisão e a imprensa portuguesas pouco referenciam ou até ignoram a prova...
A Comissão Organizadora, através do seu gabinete de imprensa, procura sempre convidar o maior número de órgãos de comunicação social e jornalistas credenciados e que costumam acompanhar as coberturas das provas automobilísticas que se realizam em Portugal. Acontece que muitas vezes não é possível conciliar todas as vontades e disponibilidades.
No entanto, devo fazer notar que o Rali foi notícia, em destaque, em todas as televisões que operam em Portugal, com maior destaque para a RTP, através da RTP2 no seu programa dedicado ao desporto automóvel, bem como na RTP Internacional.
Não será a hora de procurar cativar algumas tvs nacionais e jornais de maior circulação a estarem presente para os continentais poderem ter uma informação noticiosa do que se passa ou é uma estratégia que não está nos planos?
Como sabem, o mercado nacional continua a ser o nosso maior mercado em termos turísticos, o que, por isso, merece a nossa melhor atenção e consideração. O Rali dos Açores, agora designado por Azores Airlines Rallye, tem contado com a presença, anualmente, dos principais órgãos de comunicação social especializada nacional. Anualmente, também, têm sido endossados convites aos principais órgãos de comunicação social generalistas nacionais que possuem linhas editoriais da sua inteira responsabilidade e que muitos não privilegiam o desporto motorizado como o seu principal foco de interesse, pelo menos da forma que consideramos habitual.
A estratégia de comunicação do evento, como cartaz promocional do destino Açores no país e no mundo, tem funcionado, havendo, como sempre e naturalmente, lugar a melhorias.
Reconhecendo tratar-se de uma organização onerosa, as receitas têm sido suficientes para suportarem as despesas?
“Ter a ambição de ter um dos melhores ralis do campeonato europeu e do mundo entre nós, de termos, também, uma lista de inscritos como das melhores que se apresentaram no seio dos ralis na Europa, tem custos elevadíssimos para quem está situado no meio do Atlântico. Desde logo em toda a sua logística de mobilidade, quer por meios aéreos ou marítimos. Não tem sido fácil efectuar o equilíbrio entre as receitas e as despesas, mas é um desafio que temos tido e esperamos vencê-lo.”
“Policiamento custa cerca de 60 mil euros”
É uma luta inglória procurar evitar que o policiamento seja pago, situação que não acontece em outros países da Europa, como referiu? É um dos maiores custos da organização? Quanto custou neste rali?
Tem sido o entendimento dos Clubes organizadores das provas internacionais de automobilismo que se realizam em Portugal, que o pagamento do policiamento das referidas provas deve ser assegurado pelo Estado Português, através dos departamentos governamentais ligados ao Desporto e ao Turismo, pois as referidas provas são consideradas de interesse público nacional, por despacho do Governo da República.
Que fique claro que os agentes da PSP e da GNR e de outras forças de segurança que prestam o serviço nas referidas provas têm de ser ressarcidos do pagamento dos serviços prestados, nem podia ser de outra forma ou entendimento.
Os custos deste ano com a segurança do rali foram, sensivelmente, os mesmos do ano passado e rondam os cerca de sessenta mil euros, que foram pagos antes do início da prova, nomeadamente no dia 31 de Maio passado.
Alguma vez a Comissão Organizadora equacionou, cobrar entradas na prova “city stage” (apesar de ser complicado) e na super especial Marques para atenuar as despesas com o policiamento?
São situações que já foram equacionadas e ponderadas, mas, como deve calcular, envolvem parcerias com entidades públicas e com empresas privadas e não tem sido esse o entendimento, até ao momento, para que se efectuasse o pagamento das entradas nas provas que citou.
Este ano foi feito mais um estudo sobre o impacto na economia da ilha naqueles dias?
Sim, de facto, este ano, a Universidade do Algarve, através do seu Centro de Investigação em Território e Turismo, efectuou mais um trabalho de recolha de dados para análise e avaliação dos mesmos.
É, mais uma vez, um homem feliz com o dever cumprido?
Considero que conseguimos atingir os nossos objectivos, que era efectuar o nosso primeiro Azores Airlines Rallye com muita qualidade em termos organizativos e excepcional em termos desportivos, pensando sempre em servir os Açores em primeiro lugar, projetando-nos no mundo.
Está na presidência do Desportivo Comercial desde o final de 2007. Nas eleições a realizarem-se no próximo ano, para mais dois anos de mandato, pensa recandidatar-se?
As próximas eleições para os Órgãos Sociais do Grupo Desportivo Comercial são no próximo ano e penso cumprir e acompanhar o projecto de acordo com os compromissos assumidos com o Eurosport e divulgados no final do rali.
Fonte: Correio dos Açores
Deixe um comentário