Pedro Pauleta esteve mais uma vez em foco no Parque dos Príncipes, em Paris. Agora esteve numa homenagem que lhe foi prestada pelo campeão francês aos antigos capitães da equipa. Pauleta desempenhou aquelas funções nos últimos 3 anos de permanência.
Mas o público parisiense ainda não se esqueceu dos feitos do atacante açoriano nos 5 anos de estada no clube. Mesmo passados 8 anos após ter deixado os relvados, quis, por duas vezes, aplaudir um jogador que em França é idolatrado. Aconteceu antes e após o jogo da consagração do título, com o 4-0 ao Nantes.
Na homenagem estiveram outros vultos da equipa do Paris St. Germanismo, como Jean-Marc Pilorget, Youri Djorkaeff, Luis Fernandez, Pascal Nouma, Jean Djorkaeff, Bernard Lama, Vincent Guérin, Patrick Colleter, José Cobos, Patrice Loko, Laurent Fournier, Oumar Dieng e Daniel Bravo.
O presidente do clube, Nasser Al-khelaifi, ofereceu uma lembrança a Pauleta.
Ontem, numa conversa que mantivemos com Pauleta, notava-se a alegria que reviveu ao receber a grande ovação dos adeptos.
“É algo que me deixa muito feliz. Já passaram oito anos e no jogo do passado sábado, quando entrei em campo, foi uma vez mais impressionante. No final do jogo chamaram-me de novo para o relvado para ouvir toda aquela grande moldura humana a cantarem o meu nome. Não há palavras para descrever o que sentimos naquele momento e o que nos vai na alma. É tudo isso que nos deixa muito feliz.
Antes carregava as “baterias” quando ia aos Açores. Agora é ao contrário, vou carregá-las a França e venho de lá novamente cheio de força.
O Paris Saint Germain é um clube a que tenho um carinho muito especial. Ainda hoje temos uma ligação muito forte, tal como a nossa Fundação, na medida em que temos feito várias coisas em conjunto. Recentemente (Páscoa) estiveram em Paris os nossos miúdos. No próximo mês vamos ter no nosso torneio as crianças do Paris Saint Germain, bem como os miúdos da Fundação do clube. Portanto, existe uma ligação que não se resumiu ao jogador de futebol com o clube.
Também tenho colaborado com o Paris St. Germain e com as Academias que o clube tem abertas por todo o Mundo. Ainda no domingo estive na entrega dos troféus do torneio das Academias, contando com equipas desde a Índia, dos EUA, do Canadá e do Brasil.”
Pauleta surge, de novo, ao lado do ex-presidente de França, Nicolas Sarkozy. Ele é um dos grandes admiradores seus?
“Nicolas Sarkozi estava a assistir ao jogo do Paris Saint Germain e pediram-nos para tirarmos umas fotos juntos. É uma pessoa que tem uma grande admiração por mim. É um adepto ferrenho do clube. Antes do jogo com o Nantes encontramo-nos e trocamos algumas impressões durante largos minutos. Ele tem uma forte ligação com a comunidade portuguesa. Já o conhecia quando era jogador, uma vez que participamos juntos em algumas iniciativas do Paris St. Germain com o Governo que presidiu.
É uma pessoa que respeito muito e que cumprimento. Sempre que vou a Paris encontramo-nos.
Cem crianças na Escola de Amiens
Esta viagem de Pedro Pauleta a França também serviu para formalizar todos os aspetos relacionados com a abertura da escola na cidade de Amiens, localizado a 120 kms a Norte de Paris.
Este foi outro tema da conversa com o internacional português e dirigente da Federação Portuguesa de Futebol.
A abertura da escola de futebol em Amiens, segue a mesma filosofia da que está a funcionar em S. Miguel?
“Sim, vai ter de seguir. Foi este o compromisso que assumi com Dário Moreira, que é o senhor que vai ser responsável pela escola em Amiens. Portanto, a filosofia vai ser a mesma. Vamos começar com miúdos com idades compreendidas entre os 6 e os 12/13 anos.
A forma do treino vai ser a mesma. As crianças serão acompanhadas pelos nossos treinadores. No final deste mês os treinadores que irão treinar os miúdos em Amiens vão estar em São Miguel para se inteirarem dos treinos aplicados na nossa escola, bem como trocarem impressões como os nossos treinadores Vitor Simas e Luís Sousa e restantes técnicos, preparando já a próxima época da escola de Amiens.”
Há já muita aceitação das crianças daquela cidade para frequentarem a escola?
“Apesar de as inscrições ainda não abrirem, já há muitos candidatos às inscrições. A abertura das inscrições irá dar-se numa escola privada, que tem dois mil alunos. A escola é dotada de três campos de futebol. Neste sentido, há hipóteses de ter, à partida, cerca de cem miúdos, que gostam muito de mim, em virtude de os pais lhes terem falado do Pauleta. Por isso tenho a certeza que vai ser também um sucesso.”
Quando a escola começar a trabalhar, em Setembro, vão professores da escola de S. Miguel irão dar as primeiras orientações aos professores que irão trabalhar em França?
“Vamos ter durante os vários períodos do ano, ou seja uma ou duas vezes por mês, alguns dos nossos professores a deslocarem-se a Paris para irem ajudando no trabalho de campo. Apesar de hoje em dia termos a internet e não só, torna-se tudo mais fácil, mas o acompanhamento presencial é fundamental. Para além disso, tudo o que temos em dossier anual vai ser enviado para lá.
Agora, é óbvio que não pode ser tudo igual, porque são mentalidades diferentes. Vamos tentar implementar a mesma filosofia e a mesma mensagem. Na passada sexta-feira, na apresentação da escola, tive o cuidado de dizer o que disse na apresentação da minha escola. O nosso objetivo ou a prioridade não é só formar jogadores, mas sim formar homens com futuro e dar a oportunidade às crianças de fazerem desporto, o que é muito importante.”
Falou-se no interesse da abertura de uma escola nos EUA, na área da comunidade portuguesa. Ficou sem efeito ou ainda é um projeto para andar?
“Acredito que mais cedo ou mais tarde esta possibilidade possa surgir de novo, tanto nos EUA como no Canadá. Creio que foi um Junho passado. Falou-se da ida da nossa Fundação aos EUA com algumas pessoas. Portanto, existe esta possibilidade, mas é um projeto que requer muita atenção. Por via disso estamos em conversações há cerca de seis meses. Também tem muito a ver com a disponibilidade das pessoas e dos campos de treino. Esta é a minha preocupação.
Em Amiens tivemos a sorte de termos uma escola privada, que em conjunto com a Câmara de Amiens, disponibilizaram os recintos para dois treinos, permitindo que a nossa escola funcionasse. O que nos deixa muito felizes. Também temos confiança na pessoa que fica à frente da escola, o senhor Dário Moreira, que é o representante da Sportzone em Amiens.”
Fonte: Correio dos Açores
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