A Fábrica de Tabaco Micaelense, a unidade mais antiga dos Açores neste setor, completa 150 anos em 2016, com uma história que começou na monarquia, viveu guerras e uma nacionalização e aposta em adaptar-se continuamente aos novos tempos.
fábrica começou na monarquia, já passou por duas guerras mundiais e várias crises significativas”, disse à agência Lusa o presidente do conselho de administração da empresa, Mário Fortuna, acrescentando que “este símbolo da iniciativa privada conta com um percurso longo de sensatez e planeamento estratégico”.
A Fábrica de Tabaco Micaelense, localizada na cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, foi fundada em 1866 por José Bensaúde, mantendo-se privada até ao 25 de abril de 1974, data a partir da qual foi nacionalizada.
Há 21 anos voltou para a posse de privados, sendo atualmente propriedade de um grupo de empresários açorianos.
Mário Fortuna adiantou que a efeméride será celebrada com um jantar em abril, que vai reunir trabalhadores, distribuidores e entidades com as quais a fábrica se relaciona.
“Fazer 150 anos é muito bom e quer dizer que esta instituição conseguiu adaptar-se ao evoluir dos tempos”, declarou o presidente do conselho de administração, acrescentando que, neste momento, a fábrica tem 90 funcionários distribuídos pelos Açores, onde está a sede, e pela Madeira, onde está a estrutura de distribuição.
Apesar de o “contexto fortemente regulado e tributado” que as tabaqueiras enfrentam, Mário Fortuna assegurou que a unidade fabril tem contas consolidadas e “há mais de uma década dá sempre lucro”, resultado “de uma estratégia de sustentabilidade de médio e longo prazos”.
“A consolidação financeira da fábrica está garantida nos próximos cinco anos, na medida em que em 2015 fechámos contratos com os nossos principais clientes e até 2020 teremos um percurso estável”, assegurou Mário Fortuna.
Questionado sobre a intenção de deslocalizar a fábrica do centro para a periferia de Ponta Delgada, o responsável referiu que o projeto “está suspenso”, argumentando que o “período de grande turbulência” pelo qual o país passou “ainda não está ultrapassado”.
Além de cigarros, a Fábrica de Tabaco Micaelense produz charutos e cigarrilhas.
A produção de tabaco, cuja cultura foi introduzida na ilha de São Miguel em 1815, é atualmente residual, tendo a área de cultivo diminuído nos últimos anos devido ao pouco interesse e proveitos que o tabaco representa para os agricultores.
Além da Fábrica de Tabaco Micaelense, labora também na maior ilha açoriana a Fábrica de Tabaco Estrela.
Fonte:Açores9
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