Brasileira Victoria Lovelady foi feliz nos Açores
Passou a ser a n.º 1 do seu país e está provisoriamente apurada para os Jogos Olímpicos
Depois de um mês parada, em casa, a treinar, a brasileira Victoria Lovelady regressou à competição no 5.º Açores Ladies Open, para se preparar da melhor maneira para os quatro torneios do Ladies European Tour (LET) que se seguem, e também para somar pontos para o ranking olímpico e continuar a perseguir o sonho de competir no Rio de Janeiro em 2016.
O saldo foi francamente positivo para a jogadora de São Paulo, já que no domingo terminou a prova açoriana no quarteto das terceiras classificadas e pertenceu-lhe a melhor volta da semana, um 67 (-5) no segundo dia. Com isto subiu de n.º 614 para 572.º no Rolex Rankings, sendo agora a melhor brasileira na tabela – ultrapassou Miriam Nagl, que caiu de 578.º para 581.º; e ficou provisoriamente apurada para os Jogos Olímpicos, no 60.º e último lugar elegível.
“Senti-me como os portugueses que há séculos vieram explorar os Açores porque foi a minha primeira vez aqui e não sabia o que esperar. Senti-me realmente a desbravar este campo do Clube de Golfe da Ilha Terceira”, afirmou Lovelady, que, embora seja membro do LET, tem jogado alguns torneios do Ladies European Tour Access Series (Segunda Divisão), do qual faz parte o Açores Ladies Open.
A brasileira de 28 anos, que compete nos circuitos europeus com os patrocínios da Nespresso e da Gocil, teve nos Açores o apoio da Confederação Brasileira de Golfe (CBG) e do Comitê Olímpico do Brasil (COB), com recursos da Lei Agnelo Piva. O objetivo da CBG, com o apoio do COB, é tentar qualificar duas brasileiras para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
“Esse ano tem sido nos dois Tours, não estou só focada num ou noutro”, disse a actual 135.ª na ordem de mérito do LET. “Mas estou contente porque ainda tenho quatro torneios no LET este ano e ainda posso salvar o cartão. Foi bom jogar no LETAS porque ajudou-me a ter mais confiança no meu jogo. Pude ter mais treino para chegar ao LET.”
No sábado, Lovelady maravilhou hoje o público que apareceu no Clube de Golfe da Ilha Terceira Cumpriu os segundos 18 buracos em 67 – mellhor marca da edição – e isso permitiu-lhe ascender do 26.º ao 3.º lugar, com um resultado agregado de 2 pancadas abaixo do par, empatada com a sueca Natalie Wille e a escocesa Michele Thomson.
A esta autêntica corrida de trás para a frente, ajudou o sol que brilhou no segundo dia de prova, fazendo-se sentir também menos vento e, claro, como boa brasileira, o jogo resplandeceu com o astro rei. “Deu para ter aquela vitamina D da felicidade”, relembra, com uma risada.
Mais a sério, explicou que “não esteve tanto vento, não me criou tantas dúvidas na selecção dos tacos, também batei muito bem, emboquei putts de 15 metros, de 10 metros. O primeiro grande putt foi no 18, no par 3, depois no 11. No 15 deixei a tacada a apenas uns 15 centímetros e no final emboquei um bom putt no 9, no meu último, para birdie. Fiz 7 birdies, foi muito bom.”
No último dia, apesar de ter feito 75, manteve o terceiro lugar, empatada com Jamila Jaxaliyeva, do Cazaquistão, com a amadora espanhola Luna Sobron e com a inglesa Emma Goddard, que liderou nos dois primeiros dias antes de concluir com um 80. Um quarteto que ficou a três pancadas da vencedora, a alemão Karolin Lampert, e a uma da segunda, a finlandesa Krista Bakker.
Depois de as três portuguesas que participaram no Açores Ladies Open terem falhado o cut, muitos gostariam que o troféu fosse elevado por uma jogadora capaz de discursar em português. Não aconteceu mas esteve perto...
in www.publico.pt
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