“Isto são os Açores.” A frase vai surgindo ao longo da viagem, de cada vez que o carácter do tempo se faz sentir (da chuva ao sol ou do céu azul ao cinzento em poucos minutos), de cada vez que uma megapaisagem verde-azulada nos invade os sentidos, de cada vez que a natureza grita. E voltou a acontecer ali, no meio do Atlântico.
Tínhamo-nos feito ao mar com pouca esperança (não havia indicações de muitos animais na água) e ao fim de uma boa meia hora num semi-rígido a bater de frente com as ondas já estávamos resignados. Rui Melo, da empresa Azores Sub, tinha avisado — “Há sempre a possibilidade de não termos sucesso, elas é que mandam...”. Elas são as baleias (ou cachalotes ou golfinhos).
E Rui tinha razão: elas é que mandam — e decidiram aparecer quando estávamos já a ensaiar o regresso a terra. “Ali está. É um cachalote”, avisou Rui enquanto se aproximava lentamente.
Primeiro o filho, depois a mãe. Gigantes, dissemos nós. Não tanto, garantiu o mergulhador profissional, habituado àquele mundo e dificilmente impressionável. Estávamos satisfeitos.
Dali, outra paragem a comprovar as maravilhas do mundo: o ilhéu de Vila Franca, a poucos minutos da marina de onde havíamos saído à procura dos mamíferos marítimos, é uma pequena ilhota vulcânica de beleza impressionante.
Vale uma tarde bem passada (leve mantimentos porque por lá não se vende nada) e é um bom local para quem se quiser aventurar no snorkeling. Quem se bateu contra o frio das águas e ignorou o céu encoberto garantiu-nos que é imperdível.
in publico.pt
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