Oferta de voos para os Açores aumenta 40% no primeiro ano de liberalização
Os voos programados para os Açores pelas diversas companhias aéreas para os próximos 12 meses revelam um aumento de 40% em relação à oferta atual, revelou hoje o secretário regional dos Transportes do Governo açoriano.
Considerando apenas os meses de inverno (novembro a março), esse aumento é de 74%, ainda segundo Vítor Fraga, que revelou estes dados num debate de urgência sobre transportes, no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores, agendado pelo CDS-PP.
O secretário regional dos Transportes sublinhou, por outro lado, que os preços que estão a ser apresentados pelas companhias aéreas, para os voos ao continente a partir de 29 de março, revelam uma «redução efetiva» das tarifas, considerando que não há dúvidas de que melhorarão as acessibilidades e aumentará o número de turistas.
A partir de 29 de março, as ligações entre duas ilhas dos Açores (São Miguel e Terceira) e o continente passam a ser liberalizadas, o que vai levar à entrada das companhias 'low cost' na região.
No que toca às restantes 'gateways' (aeroportos dos Açores com voos para o continente), haverá novas obrigações de serviço público a partir da mesma data, prevendo ainda as novas regras que aos residentes nas ilhas lhes custará, no máximo, 134 euros ir a Lisboa ou Porto.
A este propósito, Vítor Fraga revelou que a partir de segunda-feira os residentes nas ilhas poderão solicitar à SATA a reserva ou emissão dos títulos de reencaminhamento dentro do arquipélago, quando deles necessitarem para chegar, desde a ilha onde vivem, ao aeroporto a partir do qual vão viajar para o continente.
Nos casos em que os residentes viajarem numa companhia sem acordo com a SATA (que faz as ligações inter-ilhas), têm direito à emissão deste encaminhamento, a custo zero, o que poderão solicitar a partir de segunda-feira nas lojas e balcões da companhia açoriana, num portal novo que será criado para este efeito ou através do 'call center' da empresa. Para isso, têm de apresentar o bilhete ou reserva da viagem para o continente.
Também os não residentes nas ilhas têm direito a este encaminhamento, quando o seu destino final não for a ilha em que aterram, tendo Vítor Fraga voltado a garantir que o universo de encaminhamentos é o mesmo que existe atualmente e que continua a ser a administração central a suportar os seus custos.
Vítor Fraga disse que só agora é possível avançar com a reserva e emissões dos encaminhamentos porque só esta semana foi publicada a resolução do executivo açoriano que autoriza novo contrato com a SATA, por ajuste direto, para o serviço inter-ilhas, entre 01 de abril e 30 de setembro.
Vítor Fraga respondia a perguntas da oposição, que considerou que a vinte dias da entrada em vigor do novo modelo de transporte aéreo, ainda subsistem dúvidas sobre o seu funcionamento.
PSD e CDS-PP consideraram que o Governo Regional está por fim a operacionalizar o modelo, na parte que lhe toca, mas com "meses de atraso", referindo que as novas regras são conhecidas desde o ano passado.
Os dois partidos vincaram que os açorianos de diversas ilhas não puderam até agora reservar viagens para o continente, por causa da falta de garantia em relação ao encaminhamento dentro do arquipélago.
A este propósito, o deputado do PPM, Paulo Estêvão, defendeu a necessidade de fazer uma "grande campanha institucional" para informar os residentes nos Açores sobre o novo modelo de transportes aéreos.
Dinheiro Digital com Lusa
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