A ilha de São Miguel, nos Açores, acolhe, em 2015, o primeiro festival internacional de palhaças, que pretende dar visibilidade a esta atividade e criar uma rede mundial das mulheres palhaças.
A ilha de São Miguel, nos Açores, acolhe, em 2015, o primeiro festival internacional de palhaças, que pretende dar visibilidade a esta atividade e criar uma rede mundial das mulheres palhaças, revelou hoje a organização.
“Tal como noutras áreas, é um trabalho ainda muito invisível e, portanto, se estivermos mais juntas, cremos que isso vai dar maior visibilidade ao trabalho das palhaças”, afirmou à Lusa Maria Simões, das Descalças Cooperativa Cultural, entidade que promove o evento.
O festival, designado Bolina, vai decorrer de 30 de janeiro a 01 de fevereiro, em Ponta Delgada.
Além de oficinas de formação e intervenções em várias instituições, haverá também espetáculos de rua e outras iniciativas.
Maria Simões, que disse ser a única mulher nos Açores a viver como palhaça, adiantou que este evento resulta de um trabalho que desenvolve há mais de dez anos em vários países e da necessidade que encontrou de haver espaço para refletir, reunir e estabelecer uma maior ligação entre todas as profissionais deste ramo de atividade.
Segundo disse Maria Simões, neste primeiro festival, nos Açores, irá nascer uma rede internacional de palhaças, sendo que um dos objetivos passa por ter uma representante em cada um dos países do mundo, de modo a desenvolver ações estratégicas conjuntas.
Apesar das inscrições decorrerem até 15 de janeiro, Maria Simões revelou haver já muitas manifestações de interesse em participar no Bolina, sobretudo de palhaças do continente americano e europeu, dada a posição geográfica dos Açores, mas lamentou o pouco apoio institucional no arquipélago.
“Independentemente de ter um apoio residual da Direção Regional da Cultura, este é um festival que está a ser autossustentado. As participantes vão pagar as suas despesas, nomeadamente no que diz respeito aos transportes, e nós sabemos que é extraordinariamente difícil e, por isso, se calhar, vai ter pouca participação”, afirmou Maria Simões, acrescentando que todo o trabalho que as palhaças desenvolverem durante o festival será gratuito.
Para minimizar custos, a organização apela aos habitantes de S. Miguel para, se puderem, acolherem em sua casa uma participante do festival, assegurando o alojamento e as refeições.
Os interessados em colaborar devem dar conhecimento disse através do email bolinafestival@gmail.com.
“As palhaças vêm trabalhar, dar alegria, sorrisos, mostrar outra forma de olhar o mundo e recebem a possibilidade de conviver com uma família, durante a semana em que estão cá. Isso também tem um lado positivo de integração das artes na vida das pessoas em geral, para que a arte não seja uma coisa elitista”, referiu Maria Simões, alegando que o que está em causa é uma troca entre ambas as partes envolvidas.
Embora o festival decorra entre 30 de janeiro e 01 de fevereiro, haverá uma pré-festival entre 26 e 29 de janeiro, mais destinado à formação das palhaças e do público em geral, visitas a instituições e saídas de rua, ficando os três dias do festival mais destinados aos espetáculos propriamente ditos, que vão decorrer em vários locais.
O programa final do festival será anunciado a 31 de dezembro.
in Observador
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