segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Drone aquático desenvolvido nos Açores chega ao mercado em 2015


"Para a questão da água praticamente não existe oferta. Eu diria que nós somos mesmo o primeiro drone comercial que se propõe desenvolver um produto desta natureza", afirmou Edmundo Nobre, à Lusa, revelando que o equipamento chama-se "Ziphius", rondará os 350 euros e tem já cerca de 400 pré-reservas.

A tecnologia do "Ziphius" começou a ser desenvolvida em 2012, por especialistas em 'design', eletrónica e informática da Azorean Aquatic Tecnologies, empresa detida pela YDreams e que tem como objetivo ser líder mundial no mercado dos robóticos autónomos de exploração, em especial no meio aquático.

Edmundo Nobre explicou que o "Ziphius" é um drone (aeronave não tripulada) superficial, que não mergulha, com capacidade para filmar e fotografar em alta resolução e em tempo real, sendo o controlo feito através de 'smartphone' ou 'tablet'.

O equipamento, com autonomia de uma hora e um computador incorporado, possui dois motores, o que confere "grande flexibilidade e grande velocidade".

"O nosso grande objetivo, neste momento, é tê-lo à venda no verão de 2015, dado que os nossos mercados principais são a América do Norte e a Europa. A comercialização vai ser, sobretudo, online", revelou o CEO da Azorean Aquatic Tecnologies, empresa com uma equipa de dez pessoas.

Segundo disse Edmundo Nobre, os componentes eletrónicos serão comprados, sobretudo, na China e na Índia, sendo que a parte mais volumosa, ou seja, os moldes do equipamento, serão feitos na Marinha Grande.

"Faremos uma produção de séries pequenas, o suficiente para ir respondendo à procura. Não será necessário ter grandes 'stocks'", referiu Edmundo Nobre, para quem o "Ziphius" pode ser usado tanto por particulares como por entidades, empresas, universidades ou outros organismos.

"Já trabalhamos nalgumas propostas com a Universidade dos Açores, exatamente com o departamento de Biologia, na perspetiva de adaptar o produto para a monitorização de espécies infestantes nas zonas do porto, embora isso requeira algumas adaptações ao produto original", afirmou.

No início de novembro, o secretário açoriano do Mar, Ciência e Tecnologia referiu que a região ia começar a utilizar um drone para inspecionar zonas remotas do mar do arquipélago.

"Em 2015, a Inspeção Regional das Pescas está a prever uma parceria com uma empresa açoriana para o uso de um drone, de uma aeronave não tripulada, equipada com uma câmara de alta definição e com posição GPS, para fazer umas missões de fiscalização, nomeadamente, às Formigas e ao Banco Princesa Alice", explicou Fausto Brito e Abreu.
Questionado sobre a parceria com o Governo dos Açores, o CEO da Azorena Aquatic Tecnologies limitou-se a reconhecer que "têm existido conversas".

Lançado na sequência de uma candidatura ao Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores (SIDER) na área da Qualidade e Inovação e cofinanciado por fundos europeus no âmbito do FEDER (Proconvergência), o primeiro drone aquático nascido nos Açores recolheu um apoio que ultrapassa os 150 mil euros.
Além dos fundos europeus, o projeto contou, também, com investimento privado.

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