EasyJet quer baixar tarifa média para os Açores em 40%
Companhia aérea conta anunciar a rota Lisboa-Ponta Delgada até ao final deste ano, para entrar em operação no verão de 2015
"Estamos a trabalhar tecnicamente na operação da rota Lisboa-Ponta Delgada e se tudo correr bem, estaremos em condições de anunciar a nossa oferta até ao final deste ano", afirma José Lopes, diretor comercial da companhia em Portugal.
Em declarações ao Expresso, José Lopes garante que "a exemplo do que aconteceu na Madeira, a nossa rota terá um impacto positivo no mercado e na economia local". O objetivo, sublinha, é baixar a tarifa média de mercado em cerca de 40%.
As ligações aéreas aos Açores deverão estar liberalizadas no verão de 2015, podendo as companhias de baixo custo passar a cumprir esse serviço. Em nota publicada no seu site, o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) dá conta da intenção da tutela: "O Governo pretende liberalizar, com efeitos operacionais no verão IATA 2015, o transporte aéreo entre a ilha Terceira e o território continental, bem como entre Ponta Delgada (Aeroporto João Paulo II) e o território continental".
Tal liberalização, explica o INAC, "significa que qualquer transportadora aérea poderá explorar as rotas entre o continente e a ilha Terceira e/ou entre o continente e Ponta Delgada, em condições concorrenciais de mercado, ou seja, sem qualquer compensação ou indemnização à sua operação, desde que cumprindo os requisitos legais aplicáveis".
Crescimento de 7% previsto para PortugalA nível global, o objetivo da easyJet para o ano é aumentar a oferta em cerca de 5%. José Lopes estima um crescimento de 7% para Portugal em 2015, muito devido à abertura da operação para os Açores, mas também por causa da base aérea que inaugurará no Porto na próxima primavera, operando 10 rotas.
O objetivo da easyJet no Aeroporto Francisco Sá Carneiro é aumentar em 25% a sua oferta, para mais de 1 milhão de lugares disponíveis, através de um investimento de 80 milhões de euros.
No ano passado, o número de passageiros da easyJet aumentou 3%, para mais de 4 milhões. Sobretudo devido à "penetração do segmento de negócios, que no mercado português regista um crescimento a rondar os 30%, o maior da Europa", revela o gestor.
O número de passageiros transportados pela companhia a nível global aumentou 6,6% para os 64,8 milhões. A easyJet anunciou esta terça-feira um resultado líquido antes de impostos no ano fiscal que terminou a 30 de setembro de 581 milhões de libras (727,7 milhões de euros), o que compara com os 478 milhões de libras (598,7 milhões de euros) registados um ano antes. Já as receitas cresceram 6,3% para os 4,5 mil milhões de libras (5,6 mil milhões de euros).
Presente em Portugal desde 1999, a easyJet voa para os aeroportos de Faro, Funchal e Porto, e já tem uma base operacional no aeroporto da Portela desde 2012. Para o ano, espera crescer 23% no Porto, 14% no Funchal, 10% em Faro e 2% em Lisboa.
Lisboa é o mercado que está a crescer menos, por causa do aumento das taxas aeroportuárias, que "tem um impacto direto na rentabilidade das rotas", afirma José Lopes. "Quando vamos escolher os meios a alocar em cada uma das rotas, as que têm os custos maiores são as menos atraentes", explica. "Estrategicamente, não é o mais correto para o mercado [o aumento das taxas aeroportuárias]". A Vinci, empresa francesa que detém a concessão da ANA durante 50 anos, já anunciou que irá aumentar as taxas aeroportuárias todos os anos, pelo menos até 2022.
Fonte: Expresso/Sapo
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