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Festival Angrajazz arranca hoje em Angra do Heroísmo


O 16.º Festival Angrajazz arranca hoje em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e por ele vão passar nos próximos três dias nomes como Joey DeFrancesco, Barry Harris, Gary Smulyan, Ricardo Toscano ou René Marie.


"Vai ser uma edição com um nível de qualidade muito alto e vai ter a particularidade de assinalar o concerto número 100, com Barry Harris, que é um grande senhor do jazz", disse à agência Lusa José Ribeiro Pinto, presidente da Associação Cultural Angrajazz, que organiza o festival.

Segundo este responsável, apesar dos cortes nos orçamentos do festival, que este ano tem uma verba de 80 mil euros, o Angrajazz continua a ser "um dos melhores festivais" do género do país.

"Vai sendo cada vez maior o desafio com orçamentos muito baixos e a reduzir os orçamentos. Vamos sendo obrigados a trazer grupos cada vez mais pequenos. Este ano só trazemos quartetos e trios. Se reduzirmos mais o orçamento, qualquer dia só temos concertos a solo", ironizou.

Reduzir o número de dias dos espetáculos está, contudo, fora de questão, segundo o presidente da Associação Cultural Angrajazz, porque com menos de três dias o evento deixaria de ser considerado um festival.

"Faz parte incontestável do calendário nacional. Não há nenhum amante de jazz em Portugal que não saiba que existe o Angrajazz", frisou, acrescentando que há quem chegue de propósito para assistir aos espetáculos vindo de outras ilhas, do continente e até mesmo do estrangeiro.

Para o representante da organização, o Angrajazz já é reconhecido, mas defende que a autarquia de Angra do Heroísmo e a câmara de comércio podiam potenciar o evento em termos turísticos, criando com antecedência pacotes de uma semana, promovendo o festival em conjunto com outras atividades que a ilha Terceira tem para oferecer.

Com muitos ou poucos turistas, a ocupação da sala do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, que acolhe o festival, costuma rondar os 90% e em alguns dias chega mesmo a esgotar.
Segundo José Ribeiro Pinto, que tem um programa sobre jazz há 22 anos no ar, na Antena 1/Açores, o gosto por este estilo musical foi incutido na ilha Terceiras pelos ingleses e pelos norte-americanos, por via da Base das Lajes, nos anos 30 e 40 do século XX.

"Nos anos 40 e 50, formaram-se orquestras na Terceira, que tocavam com outras bandas americanas na base, em Angra do Heroísmo e na Praia da Vitória, e os terceirenses habituaram-se desde cedo a ouvir jazz", explicou.

Nas décadas seguintes, tornaram-se populares outros estilos musicais, que fizeram esquecer o jazz, mas alguns eventos organizados pelas duas autarquias da ilha, na década de 80, e o próprio festival Angrajazz reativaram os hábitos de outros tempos.

Há 12 anos que Orquestra Angrajazz, composta por músicos da ilha Terceira, marca presença no cartaz do festival e, este ano, volta a abrir um conjunto de seis espetáculos, distribuídos por três dias.

Ainda hoje atua o Joey DeFrancesco Trio e na sexta-feira sobem a palco o Barry Harris Trio e o Gary Smulyan Quarteto. O festival Angrajazz encerra no sábado com o Ricardo Toscano Quarteto e o René Marie Quarteto.

Consulte a programação em www.angrajazz.com



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