Açores. No ponto mais alto do arquipélago dos milagres
Foto de António Costa
A ilha do Pico, nos Açores, é quase um dicionário de milagres, tantas as coisas improváveis que o visitante encontra: diversidade na paisagem, a maior montanha do território português, a cultura da vinha onde quase só existe rocha, a preservação de usos, costumes e património edificado, a capacidade das gentes de darem a volta ao texto e reverterem a seu favor factores que lhes poderiam ser adversos e muita, muita simpatia dos picarotos, como são conhecidos os naturais da ilha.
Não há uma cidade ou vila grande no Pico. Segundo Vitorino Nemésio (é altamente recomendável ler "Mau Tempo no Canal", para melhor perceber a força que moldou estas gentes) isso deveu-se às dificuldades de vida na ilha, com a maioria da terra nas mãos de ricos proprietários absentistas, residentes em ilhas vizinhas.
Assim, não há uma vila ou cidade a que se chame capital. Tem três concelhos, Lajes do Pico, o mais antigo, São Roque do Pico e Madalena. As povoações maiores são Madalena, na costa oeste, que tem o aeroporto e o moderno porto de onde saem os barcos para a Horta (Faial) e para S. Jorge. Na costa norte, São Roque do Pico, e na costa sul São Mateus, São Caetano e Lajes do Pico, importante centro da antiga caça à baleia. A toda a volta da ilha, povoações mais pequenas e que conjuntamente com as povoações mais importantes dão um total que em pouco ultrapassa os 14 mil habitantes.
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